Durante o fim de semana que antecedeu a minha operação, eu estava organizando o primeiro festival de forró de Copenhague, que foi um sucesso, mas muito cansativo. Lembro que eu brinquei com uma das nossas voluntárias dizendo que iria direto do forró para o hospital.
Vontade de fazer isso não faltou, mas não deu. Eu estava cansada demais e realmente tinha que descansar pelo menos um dia antes da operação, por isso no domingo dia 24 eu nem apareci no festival. Pena, porque eu queria ter visto os locais e a palestra sobre as origens do forró – que foi algo inédito que nenhum outro festival fez.
No domingo de tardezinha, como especificado na carta que eu recebi, eu liguei para o hospital para saber que horas seria minha operação. Tomei um baita susto quando me disseram que eu deveria estar lá 6:30 da manhã. Isso para mim queria dizer que eu tinha que me levantar 4 da manhã, para esvaziar o intestino, raspar meus pelos corporais e tomar banho como eles me instruíram, e ainda pegar 50 minutos de estrada até o centro de Copenhague.
Do lado de fora do hospital eu me despedi do Carsten. Não tinha porque ele ficar esperando, já que ninguém sabia dizer quantas horas de cirurgia seriam. Cheguei no ambulatório com 10 minutos de atraso e não tinha ninguém lá. Nesse horário a enfermeira já estava me telefonando, para verificar se eu havia esquecido o dia da cirurgia. Esquecido eu não tinha, mas eu estava tão atordoada, que não li direito em que ala do hospital eu deveria me apresentar e eu estava no lugar errado.
Subi até o quinto andar e a enfermeira, muito querida, me disse que ia me colocar na salinha. (Isso traduzindo do dinamarquês) Eu pensei que fosse uma salinha de espera, mas na verdade era um quarto e ela mandou eu colocar as roupas do hospital e me deitar na cama. Esse foi o primeiro choque. Se ela tivesse dito quarto, eu já estaria preparada psicologicamente.
Em seguida ela me deu uma pulseira de identificação e uns medicamentos e disse que iriam me levar até o sala de operação em breve.
Quando chega o povo que ia me levar até a operação, eles pegam meu prontuário para checar nome e número de identidade, e eu vejo que não é o meu prontuário que está sobre minha cama, mas a de uma Kristina Mette Jensen. Pelo amor de D.
Eu já estava nervosa com todo esse procedimento, e começa assim, com um erro banal.
Bom. Acharam o prontuário correto e o homem empurrou minha cama até o andar da operação. Me senti como numa corrida do Ayrton Senna… corre; pára; sai da frente; ei você, saia do elevador, não está vendo que está reservado?; bip-bip, fonfom!
A minha última conversa com os médicos antes da cirurgia foi algo deprimente. Eu acho que eles são obrigados a informar tudo o que pode dar errado, e isso deu uma sensação tão ruim. Honestamente isso poderia ser evitado. A única coisa que eu pude responder foi: Vamos torcer para que dê tudo certo?
E daqui pra frente foi tudo muito, mas MUITO diferente do que eu tinha imaginado…
Opa, como assim trocaram de prontuário?? aqui em parisnaguá já elvis (dá entrada com dor de cabeça e sai sem o braço) e já aconteceu isso, mas me admiro aí na Dinamarca cometer um erro desse nível, deve ser algum bagrinho fazendo estágio nesse hospital, hehehe
Mas que bom que ocorreu tudo bem, agora que venha a recuperação e pega-lhe forró no lombo, e o Sr. Carsten, já sabe pelo menos as letras? hehe
Vc sabe que hoje no hospital, o sonografista era um velhinho, e eu mencionei essa história dos prontuários trocados. Ele me contou de um caso antigo, que o cara ia ser operado no braço, e o médico veio apalpando o joelho, pronto para dar anestesia.