Mundo pequeno

Desci até o bar do hotel para encontrar o resto do grupo. Cheguei cedo e não tinha ninguém ainda.

No jardim escuto quatro pessoas falando português do Brasil. Fui brincar com eles dizendo que brasileiro é uma praga que a gente acha em qualquer lugar, até mesmo num vilarejo no meio do nada na França. 

Pois eles me contaram um pouco da agência de viagens com quem estão fazendo o passeio. Chama Latitude 51. Notei que o estilo deles lembra bastante o estilo de viagens que a Explore organiza. A diferença é que a Latitude é somente para brasileiros. Achei interessante, anotei o nome e fiquei de pesquisar.

Então vejo o guia do meu grupo chegar e fui lá me apresentar. Assim como ano passado, eu tinha essa ideia de que o guia seria uma pessoa local, mas o cara é da Inglaterra  porém mora na França há dez anos.

Por causa da previsão do tempo, de muita chuva e neve, e o fato de que um dos teleféricos vai parar de funcionar na segunda-feira, o nosso guia resolveu trocar todo o roteiro. Ao invés de começarmos com a caminhada do dia um, que era uma caminhada mais suave, começaremos com a caminhada número 6, que vai ser pauleira. Só quero ver o que o tornozelo vai dizer no final do dia.

A idade média do grupo, novamente, está  na faixa de 65 anos. Parece que só os aposentados gostam de viajar. Eu sou a mais nova do grupo.

Somos 15 pessoas contando o guia. Achei que a maioria seria da Grã Bretanha (como foi na minha primeira viagem em 2022) mas só duas pessoas são de Londres. O resto veio de longe. Bem longe. Seis mulheres vieram da Austrália. Cinco vieram dos Estados Unidos. Simpáticos eles.

Mas olha o mundo pequeno… Uma das que vieram da Austrália, ela é nascida na Suécia e ambos seus pais são dinamarqueses. A mãe dela morava em Valby, um bairro em Copenhague onde eu morei por 4 anos. Ela fala sueco e entende dinamarquês. Nós conversamos um pouco juntas, ela falando sueco é eu respondendo em dinamarquês, claro.

Uma outra mulher que veio da Austrália, ela nasceu na Suíça. Então eu falei que eu tenho amigos em Biel. Ela abriu um sorriso e me disse que essa é a cidade do pai dela.

Parece pouco, mas essas pequenas coincidências fizeram com que eu me sentisse bem perto delas e fui carinhosamente acolhida no grupo delas.

Durante o jantar eu tentei conversar com  todo mundo ao meu redor.

Engraçado, quando eu estou de férias e viajando, ou sou bem menos introvertida do que no meu dia a dia.

Eu estava terminando minha sobremesa quando as brasileiras com quem eu puxei papo antes vieram falar comigo. Elas trouxeram com elas o guia do grupo que é o dono da empresa Latitude 51 e organiza os passeios. Ele pediu meu WhatsApp e já entramos em contato.

Se ele enviar uns roteiros legais, é capaz que eu faça um passeio com eles no ano que vem.

Estou indo dormir e estou com a energia lá no alto. Foi um dia bem tranquilo e muito bom.

Acho que essas férias serão boas e esse será um bom passeio no Mont Blanc, apesar de São Pedro não estar colaborando.

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