Estou na fase de ajuste. Passei semanas me preparando psicologicamente para o caso de uma demissão, mas a demissão não veio. Agora tenho que me ajustar de volta à rotina de trabalho (com certos ajustes, porque teve uma reorganização que mudou muita gente de gerente e tal).
Como a empresa no momento da demissão libera você imediatamente e te retira todo acesso à empresa, eu tinha feito muitos planos baseado nisso, liberação imediata.
Para quem foi despedido, a empresa pagará salário até fevereiro (no mínimo). Eu receberia até abril, por causa do meu tempo de serviço na empresa (eles somam os anos que trabalhei lá na década passada com os anos que estou trabalhando pra eles agora e pagam um benefício maior). Seria um benefício enorme ganhar seis a sete meses de salário sem ter que trabalhar.
Tem gente que aproveita para achar outro emprego rápido, para ganhar salário dobrado por um período.
Eu daria prioridade para descansar. Por isso estava me programando fazer uma mala, comprar passagem para o Brasil, ficar aí por alguns meses. Depois ficaria uns meses em algum outro lugar do mundo. Descansando e fugindo do inverno que está chegando aqui.
Cheguei a cogitar se deveria entregar o apartamento onde estou para não precisar pagar aluguel num apartamento vazio.
Como são milhares de funcionários que serão despedidos no total, eu achei que não escaparia, mas o meu departamento despediu muito pouca gente. Muito pouca gente mesmo. O que vai gerar um problema a partir de janeiro.
O nosso novo diretor não vai mais deixar a gente trabalhar de home office. Só que no escritório não tem mesas suficientes para todos os funcionários. É por isso que a gente faz rotação para ir ao escritório, simplesmente não tem mesa pra todos. Esse era outro motivo pelo qual eu achava que 30% de nós seríamos demitidos. Mas não foi assim. Só quero ver como vão resolver essa questão de falta de lugar.
Bom, agora é bola pra frente. Tenho que fazer novos planos, pois aquele sonho de não fazer nada por vários meses com salário pago não se concretizou.