Sapatinho

Antes do covid eu tinha um sapato de couro, meio socialzinho, que eu usava para trabalhar. Ele era bem confortável e como era de couro, não ficava ensopado quando chovia. E aqui chove pra dedéu.

Olha, usei muito aquele sapato. Tanto que um dia a sola rachou e começou a entrar água. Aí tive que jogar fora, já que aqui custa mais caro consertar as coisas do que comprar novo.

Eu estava pesquisando qual sapato comprar para substituir o antigo, aí veio a pandemia e todas aquelas restrições. Como não podia sair de casa, eu não precisava de sapato novo.

Quando a pandemia acabou, eu fiquei enrolando e não comprei sapato nenhum. Faz 4 anos que não compro sapato. Meu único tênis é de tecido e quando chove ele fica todo molhado. Eu não gosto de ficar com o pé molhado. Fico com frio.

Durante esses anos pós pandemia, eu tenho dado um jeito quando chove, usando minhas botas de trilha, que são impermeáveis. Mas bota de trilha não é um sapato bonitinho, nem serve para ir pro escritório. Várias vezes eu estava de vestidinho e um baita botão de trilha. Nada a ver. Hoje foi assim.

Fui no centro ver um concerto gratuito de jazz. Blusinha, sainha e sapatão de trilha no pé.

Cheguei no concerto, começou a garoar. De repente começou a chover pra valer. Desisti do show, mas ao invés de voltar pra casa, me deu a louca e fui para o shopping. E não é que de bobeira no shopping eu acho um sapato de chuva que gostei? Olha, se tivesse planejado essa compra, eu provavelmente teria rodado aquele shopping todo e não teria achado nada no meu gosto. Mas hoje, sem planos, deu tudo certo.

O novo sapato impermeável é tipo botinha, mas é mais simpático que minhas botas de trilha. Mal vejo a hora de chover novamente para que eu possa sair de casa com o sapato novo. Opa, vai chover nesse fim de semana, mas nesse fim de semana ninguém me tira de dentro de casa. Minha bunda tem encontro marcado com o sofá e Netflix.

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Fimdi

Finalmente chegou o fim de semana. Faz 4 semanas que não passo um fim de semana em casa.

4 semanas atrás fui lá pra Riga encontrar Fernanda

Depois vieram os 10 dias que pedi de folga para ir na Suíça ver a montanha do Toblerone.

Então fim de semana passado fui para  Århus encontrar Fernanda e seus amigos e cuidar de cachorro.

Semana que vem eu volto em Aarhus para terminar de cuidar do cachorro. Essa história eu conto depois.

Mas esse fim de semana vai chover e eu vou adorar ficar mofando dentro de casa fazendo nada! Estou precisando. Rsrs

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Popozudas

🎶 Só as cachorras! 🎶

Tenho verdadeiro horror a funky do Rio, com muito poucas exceções.

Mas estou aguentando minhas amigas escutando e dançando esta M faz umas duas horas.

Fernanda me convidou para vir até Aarhus e fizemos um churrasco com umas amigas dela. Uma delas é uma portuguesa que mora na Suíça e veio até aqui passar o fim de semana conosco. Essa Tuga é muito animada e conhece todas as músicas brasileiras. Estou até admirada.

Confesso que depois de dois copos de sangria, uma copo de vinho tinto e um copo de caipirinha de morango, até eu dancei a música do Tigrão.

Agora o ritmo mudou para axé. Opa, aí sim eu sou fã. Vou lá dançar ao som do Tchacabum.

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De mala e cuia

Estou impressionada com a quantidade de turistas brasileiros aqui na montanha na Suíça. Cheguei ontem e já escutei pelo menos 3 grupos diferentes de brasileiros. Um deles está no chalé acima de mim.

Eu achava que a grana dos brasileiros estivesse curta e aqui na Suíça é um dos lugares mais caros que já visitei. Fico imaginando de onde o povo tira dinheiro para umas viagens caras dessas.

Hoje fui fazer uma trilha para ver de perto o Matterhorn (aquela montanha na embalagem do chocolate Toblerone). Quando estava voltando para o meu chalé, vi um cara sentado num banco de praça segurando uma cuia típica de chimarrão. Olhei para ele, um moreno careca botino, em torno dos seus 30 anos, e achei que fosse brasileiro e provavelmente gaúcho. Foi o que pensei.

Já cheguei falando português e brinquei com ele perguntando se ele estava tomando um chimarrão.

Ele não entendeu, me olhou confuso e pediu para eu falar em inglês. Ups, o cara não era brazuca. Dei uma mancada.

Expliquei que eu tinha encontrado muito brasileiro e vendo a cuia dele achei que ele era do Sul do Brasil e que ele tinha literalmente vindo para cá de mala e cuia.

Perguntei se ele estava tomando mate. Ele sorriu e disse que sim. Aí ele me disse que é argentino.

Eu troquei o idioma e conversamos um pouco em castelhano. Ele me explicou que o mate que eles tomam na Argentina é diferente. Que ele acha que as folhas são mais secas. Disse que tomou mate de cuia brasileiro uma vez e ele achava que as filhas ainda estavam úmidas.

Bom, eu nunca tomei chimarrão na minha vida, então não sei.

Perguntei se ele morava pras bandas del cá e ele disse que veio para a Suíça trabalhar e mal esperava poder voltar para a Argentina.

Eu fiquei embasbacada com a resposta dele. Achei que a Argentina estivesse como o Brasil, economia ruim, tudo muito caro, violento. Mas ele disse que estava achando a Suíça chato e queria voltar para a casa dele no país dele. E ele me disse algo que achei estranho. Disse que não pagaram seu último salário porque a empresa estava para falir e só por isso ele ainda estava aqui, esperando esse pagamento.

Eu achei melhor não perguntar mais nada. Que tipo de empresa será? Tanto turista aqui e tudo custa 3 vezes mais caro. Falir como? Enfim.

É sempre assim quando eu puxo papo com povo da América do Sul. Já de cara o povo conta todos os problemas e dramas. Eu sou assim também mas os europeus detestam esse tipo de coisa.

Eu poderia ter puxado mais papo com aquele guri, mas eu estava com medo da chuva que estava armando. A melhor coisa que fiz foi ter vindo direto pra casa. Foi fechar a porta do chalé que o maior temporal despencou. E ainda na esquina de casa escutei mais brasileiros. Como pode tanto brasileiro aqui? Será que os brasileiros também vieram para trabalhar?

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Trim Trim

🎶 O telefone tocou novamente, fui atender e não era o meu amor. Será que ela ainda está muito zangada comigo? Que pena, que pena.

Acho que faz 20 anos que eu não sei o que é atender um telefone de linha fixa. Nem em casa nem no meu trabalho a gente tem. É só celular.

Aí cheguei hoje num chalé que aluguei nas montanhas e de repente o telefone tocou.

Primeiro pensei? Tem um telefone aqui? Depois pensei, deve ser trote ou se enganou de número. Resolvi atender. Alô.

Era o locatário para perguntar se tudo correu bem na minha chegada (eles tinham deixado a porta destrancada e eu podia simplesmente entrar).

Faz tantos anos que eu não sei o que é um bom atendimento assim que eu fiz o homem repetir tudo de novo, porque eu não tinha entendido a primeira vez. Rs

Pelo visto, aqui na Suíça o povo ainda usa o telefone das antigas.

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Tour

Você sabe o que é o Tour de France? Eu pergunto, porque quando eu morava no Brasil eu nunca tinha ouvido falar.

É uma corrida de ciclismo famosa da França. Pelo que entendi, desde 1903 que tem essa competição.

Antigamente era tudo dentro do território da França, mas acho que eles estão espandindo e em 2022 o Tour começou aqui na Dinamarca.

Desde então sempre tem corrida de bicicletas na Dinamarca e esse ano, ou melhor, nesse fim de semana, o Tour de France vai passar bem na frente do meu apartamento. Eu poderia ir na sacada e acompanhar tudo de camarote. No sábado a corrida das mulheres e no domingo, dos homens.

A prefeitura até mandou uma carta ontem dizendo que vai bloquear ruas por causa da competição e que o trânsito vai ficar complicado durante o fim de semana.

Ainda bem que eu não tenho carro. E também não preciso me preocupar se a corrida trará barulho, pois eu não estarei em casa para descobrir. Nesse fim de semana eu quero estar bem longe…

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Riga

Minha boa amiga Fernanda, que ano passado resolveu ir embora pro Brasil, acabou que ficou em terras tupiniquins por somente 6 meses e agora está de volta na Europa.

Já faz uns anos que ela me diz que quer visitar a cidade de Riga, na Letônia. Eu chequei quais as atrações turísticas em Riga e achei que a cidade não tinha nada a oferecer, mesmo assim, quando ela me convidou para viajarmos para Riga num fim de semana, eu fui.

Realmente, não tem nada para fazer naquela cidade. Demos sorte que havia uma feira popular com muitas barracas e passamos umas horas explorando aquele mercado. Mas fora isso e fora ver o centrinho histórico, não tem mais nada. Então depois de 24 na cidade não tinha muito o que fazer. Fomos sentar no parque tomar sol. De noite tinha muita gente bêbada nas ruas. Vimos um bebum que estava muito mal. Ele estava sentado todo torto numa floreira numa esquina. Meia hora mais tarde, quando estávamos a caminho do hotel, vimos o carro da polícia parar para ajudar o cara. Eles deveriam ter enviado uma ambulância. Acho que aquele homem estava em coma alcoólico.

Olha, Riga me surpreendeu numa coisa. A cidade é muito limpa. Tudo muito organizado e arrumadinho. E a comida muito gostosa e não foi caro. Comemos muito (mesmo porque quando não se tem nada para fazer, a gente tem uma tendência de sentar em restaurante para passar o tempo).

Comemos um sushi muito bom que foi outra surpresa. Chegamos no restaurante e tinha que tocar a campainha para entrar. O atendente abriu a porta e quando entramos no restaurante tinha uma núvem de fumaça lá dentro. Era desses lugares onde se pode fumar hookah (narguilé). Eu estava querendo ir embora achar outro lugar, mas vi que a fumaça não estava incomodando Fernanda. Por sorte, depois de uma meia hora os caras que estavam fumando aquele treco foram embora e melhorou. Ficamos no restaurante por umas duas horas e comemos um sushi realmente muito bom. E ainda batemos um papo com o garçon. Quando ele descobriu que eu morava em Copenhague, ele me perguntou várias coisas, pois semana que vem ele passará férias aqui. Ele me pediu recomendação de restaurante. Os únicos nomes que eu lembrava eram Atlas e Pluto. Adivinha qual deles eu recomendei. rsrs

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Socialização

Ontem a chefíssima do meu departamento convidou os 5 grupos que compoem o departamento para participar de uma atividade social no jardim da casa dela: comer pizza.

Última vez que teve essa atividade eu não fui, apesar da minha líder de grupo insistir. Na época eu dei uma desculpa dizendo que não estava me sentindo bem. O povo no meu departamento é um povinho de bozzzzta e a última coisa que quero é usar meu tempo de folga com eles. Mas como no último ano entrou gente nova no meu grupo, eu aceitei ir comer pizza esse ano – apesar de eu não gostar de pizza.

Durante o dia eu perguntei vários colegas do meu grupo “você vai hoje?”, e a maioria disse “não”. Engraçado o pessoal do meu time. Ontem numa reunião disseram que nosso grupo precisa se entrosar mais e que queriam atividades sociais, mas quando tem atividade social, eles não vão!

Bom, eu fui, e o povinho de bozzzzta do outro time estava lá. Sentei bem longe deles e bati papo com o pessoal novo. Eu queria ir o mais tarde possível, já que a pizza seria servida 5 da tarde, mas todo mundo começou a sair do escritório já 3 da tarde. Eu precisava de uma carona, então fui obrigada a acompanhar um deles. Aguentei ficar 3 horas nesse evento. Acho que o fato do sol ter dado as caras ajudou. Agora ninguém pode dizer que eu sou anti-social.

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Atlas

Minha amiga Soo Hwee que mora em Singapura está na cidade! Ela vem para a Dinamarca duas vezes por ano. Ontem nos encontramos e ela sugeriu voltarmos ao restaurante Atlas.

Ano passado quando ela sugeriu irmos ao Atlas, eu topei na hora. Eu gosto de provar restaurantes diferentes. Soo Hwee estava certa que o restaurante servia de tudo (inclusive carne), mas eu tinha lido que é um restaurante vegano. Eu já fui em vários restaurantes veganos muito bons, então não estava preocupada.

Infelizmente não gostei do Atlas. Difícil conversar lá por causa da música alta e acústica em geral ruim, e eles têm umas comidas estranhas no cardápio.

Quando Soo Hwee perguntou se podíamos voltar no Atlas, eu comecei a sofrer por antecedência. Mas aceitei voltar lá para ser educada.

Dessa vez tinha tão pouca gente no restaurante que chegamos a pensar que estava fechado. Sentamos e enquanto olhávamos o cardápio, Soo Hwee disse: ah, eu esqueci que esse restaurante agora é vegano. Nesse momento tive a impressão de que ela também não gostou muito das opções no cardápio.

Assim como ano passado, a comida não foi grandes coisas, mas a conversa foi boa. Por sorte a música estava baixa e como tinha pouca gente no restaurante, não tinha aquela barulheira de gente conversando alto. Dessa vez eu consegui escutar a voz da Soo Hwee!

A reserva era para 2 horas, das 18 às 20h, mas como tinha pouca gente, nos deixaram ficar batendo papo por três horas e meia. Soo Hwee me contou sobre sua viagem para o Japão. Ela voltou de lá faz somente uma semana.

Sabe o que foi engraçado? Soo Hwee visitou um lugar chamado Yamagata. Uma semana atrás eu teria dito que nunca tinha ouvido falar desse lugar, mas como eu comecei a ler o livro do Chris e ele morou exatamente em Yamagata, eu sei exatamente onde fica esse lugar e que ele é famoso pelas cerejas.

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Acompanhada em Pluto

Foram 42 minutos sentada sozinha, tomando um cocktail chamado Royal Copenhagen (muito bom, bem docinho) e comendo um aperitivo com queijo e presunto de parma para matar um pouco a fome e não me deixar ficar bêbada.

Na mesa do meu lado colocaram um casal sueco que de cara pediu uma garrafa de vinho. Eles gastaram uma nota naquele jantar. As garrafas de vinho tinham preço de 400 pra cima. E aquele cara não parava de falar um minuto. Normalmente dizem que as mulheres são tagarelas, mas aquele homem não calava a boca um segundo. E tanta mesa desocupada naquele restaurante, colocaram eles literalmente a um palmo de distância da minha mesa. Eu não curto muito restaurantes assim, que as mesas ficam demasiado próximas umas das outras.

Mas quando finalmente minha amiga chegou, tudo ficou melhor. E a gente desabou a tagarelar. Aí era a gente que estava incomodando o casal sueco com nosso bate-papo animado.

Bom, as nossas conversas podem ser um pouco técnicas. A gente conversou sobre protocolos de estudos clínicos, idéias para feiras científicas (a minha amiga ganhou primeiro lugar duas vezes!), e depois bora fofocar sobre como vão as coisas na empresa onde eu trabalhava antigamente. Muitas mudanças por lá.

Por sorte esse restaurante deixa a gente ficar na mesa por 3 horas. Muitos restaurantes agora só deixam você ficar na mesa por 2 horas no máximo e aí se preparam para a segunda rodada de fregueses. Então quando minha amiga escreveu que estava híper atrasada, eu não estressei. Eu sabia que tínhamos tempo suficiente para jantar.

Eu acabei comendo um filé de frango à parmegiana. Eu adoro bife á parmegiana e até fiz recentemente outro dia que Carsten veio me ajudar a pedurar uns trilhos de cortina. Eu nunca tinha comido filé de frango à parmegiana antes. Gostei. Mas não sei se tentarei fazer em casa. Tenho medo de que o frango fique seco e aí eu não consigo comer. Eu gosto de comida suculenta!

De lá fomos para o outro lado da ponte, naquele lugar perto dos prédios em forma de triângulo. Tomamos mais uns copos de vinho e comemos batata doce frita (eu também nunca tinha comido antes). Foi uma noite repleta de novas experiências.

Eu e minha amiga canadense Danièlle.

Olha a cara de quem está se batendo pra tirar um selfie.
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Sozinha em Pluto

Pluto para mim é nome do cachorro do Mickey Mouse, mas estou sentada sozinha num restaurante chamado Pluto.

Minha amiga está 35 minutos atrasada por causa de um problema com o metrô.

Eu pedi um cocktail e uns petiscos enquanto aguardo.

Eu ia encontrá-la na estação, mas como ela chegou atrasada as últimas duas vezes que nos encontramos, pedi para ela ir direto ao restaurante.

Ainda bem que eu vim aqui direto. Esse restaurante cobra quase 250 Reais se a pessoa reservar mesa e não aparecer. Tem que dar número de cartão de crédito na hora de reservar.

Já pensou? 250 é o preço da refeição toda.

Enfim… Vou esperar. Daqui a pouco ela chega.

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Novo desafio

No dia 5 de março eu escrevi sobre a saga dos encanadores vindo me visitar constantemente. Foram tantas vezes que eu me cansei deles. Mas cansada num ponto que duas das minhas torneiras no banheiro ainda pingam um pouco mas eu deixei assim. (Elas pingam do encaixe do cano perto da parede. É muito estranho. Um pingo a cada dois ou três dias mais ou menos.)

Ontem, 5 de junho, foi o dia da constituição e para alguns é feriado e para outros é meio-feriado. Minha empresa antiga dava o dia todo de feriado para todos trabalhadores. Onde trabalho agora, só quem faz trabalho braçal é que tem o dia todo de feriado. Quem trabalha em escritório só tem folga a partir do meio-dia. Eu acho isso muito estranho. Por que não é igual para todo mundo?

Trabalhei de casa e de repente a torneira da pia da cozinha não queria fechar. Ficou pingando por horas. Coloquei um balde, porque não era pouca coisa. Eu tentava fechar a torneira, apertava ela, e nada de parar. Escrevi para a administradora do prédio e aí lembrei que eu estava trabalhando até meio-dia, mas eles estavam de folga! Eu tinha que aguentar esse pinga-pinga até o dia seguinte.

Hoje de manhã um vvs me telefonou e eu pedi para ele vir depois que eu voltasse do fisioterapeuta.

Quem bateu na minha porta foi o mesmo vvs que me atendeu em janeiro. Ele trocou duas torneiras para mim (as duas que pingam até hoje!). E eu me lembro bem dele, porque ele tem um sotaque bem forte. Acho que ele ou é inglês ou é americano, e ele não é encanador formado. Ele é um desses pau-pra-toda-obra que ajuda a consertar pequenos problemas nos apartamentos.

Eu lembro bem do que ele me disse em janeiro. Já em janeiro eu estava vendo que a torneira da cozinha ia me dar problema, mas porque não estava pingando em janeiro, ele se recusou a trocar e disse assim: ele só pode trocar a torneira se estiver com problema.

Sabe o que aconteceu hoje? Justamente na hora que ele chegou, a diaba da torneira parou de pingar! E aí ele não trocou a torneira.

Eu tenho certeza que durante o fim de semana essa pia vai me dar dor de cabeça. E na segunda-feira é feriado. É pentecostes. Se a torneira voltar a pingar, só na terça virá gente aqui ver o problema. Serão 3 dias pingando. Quantos baldes será que dá para encher em 3 dias de pinga-pinga?

Tomara que eu esteja errada, mas conheço bem a Lei de Murphy.

No Brasil não tem feriado em pentecostes, tem? Mas também, nem precisa. Tem tanto feriado aí nos próximos meses. Aqui, pentecostes é o último. O próximo será no Natal. Deve ser por isso que as empresas dão 6 semanas de folga aqui. Para compensar pela falta de feriados!

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Mais promessas

Junho, julho e agosto do ano passado eu estava fazendo promessas e mais promessas para o meu fisioterapeuta.

Ele estava me ajudando a voltar a caminhar e tínhamos uma meta: eu tinha que voltar a caminhar a tempo da minha viagem em setembro para o Mont Blanc onde eu faria caminhadas de 15 a 18 km por dia durante uma semana.

Lembro que eu estava preocupada, pois minha fisioterapia era caminhada preparatória de 10 a 12 km em área plana, mas lá na montanha seria bem mais ingrime.

No final das contas deu tudo certo e nunca mais voltei na fisioterapia.

Nunca imaginei que um novo problema começaria bem no final daquela viagem em setembro.

Dentro do avião a caminho de casa, ao suspender minha bagagem de mão para colocá-la no compartimento acima do meu assento, deu uma pontada no meu ombro esquerdo. 

Achei que ia passar, mas 9 meses mais tarde, a dor agora é diária. Perdi os movimentos do braço. Mal consigo colocar uma blusa ou sutiã. Fazer exercício tipo yoga, onde a gente tem que esticar o braço, nem pensar. O ombro não deixa.

Fui na médica anteontem, ela me passou um encaminhamento para um fisioterapeuta, dizendo suspeita de tendinite. Amanhã 9 da manhã terei minha primeira consulta.

Bom, “primeira” entre aspas, porque eu escolhi o mesmo rapaz fisioterapeuta da última vez. Achei que ele fez um serviço tão bom, que vou ver se ele me ajuda com o ombro. E vamos ver que promessas eu terei que fazer para ele dessa vez.

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Braço a torcer

Terminei de ler o livro do elefante na cozinha. Gostei muito. Descobri que o (falecido) marido da autora escreveu um livro sobre toda a história e o drama da manada de elefantes que surgiu de repente na vida deles. Chequei o preço do livro para o Kindle. Estava prestes a comprar mas daí pensei… Vou ler outro livro sobre elefantes?

Resolvi fazer uma pausa de elefantes e fui ver quanto custava o livro do Chris Broad sobre a mudança dele para o Japão. Livro na promoção. Dei o braço a torcer e comprei o bendito livro.

Só li dois capítulos. Vou deixar para ler o resto quando estiver de férias. Até agora nada no livro me surpreendeu (mas eu também pesquisei muito sobre a cultura do Japão antes daquela viagem em 2023).

Tomara que seja um livro interessante de ler. Pelo menos vou dar umas risadas. O cara conta as histórias com bom humor – um humor meio sarcástico, mas tudo bem. 

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Urubu

Apesar da Dinamarca só vender roupa preta e cinza, a maioria das minhas roupas são coloridas e não são adequadas para ir a um funeral.

Fiz o maior esforço para me vestir de urubu na sexta-feira, para demonstrar respeito ao luto da família.

Chegando na capela dei de cara com gente de camisa xadrez colorida, outra de blusa branca, uma doida de blazer vermelho e sandália de verão com dedos de fora (e unhas do pé pintadas de vermelho para combinar com o blazer!). Fiquei de cara.

E eu e Flávio usando umas roupas pretas que tinham a maior pinta de ser daquelas que estavam esquecidas lá no fundo do guarda-roupas há anos. Nós somos mesmo muito certinhos. Eu poderia ter ido fantasiada de Viúva Porcina que não teria feito a menor diferença.

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