Perdida

Eu trabalho muito de casa nesses tempos, enquanto meu pé está se recuperando.

Fui esticar as pernas ontem de tarde e pegar um pouquinho de sol.

Na entrada da viela onde fica o meu bloco estava uma guria loirinha com cara de que ia pedir informação. Eu não sei porque todo mundo acha que eu tenho cara de informante. Sempre me param para pedir informação.

Ela perguntou se eu podia abrir a porta do bloco dela e me explicou que ela se perdeu da mãe. Que uma foi prum lado, a outra foi pro outro, e ela não sabia se a mãe já tinha chegado em casa. Eu tive que dizer que eu não poderia abrir a porta, porque eu não moro naquele bloco. A chave só abre a porta do seu bloco e nada mais.

Mesmo assim ela veio andando ao meu lado. Então tive uma ideia. Vamos telefonar para sua mãe. Ela pode estar preocupada. Você sabe o número, eu perguntei. Ela disse que não. Essa guria parecia ter uns 8 a 9 anos e não sabe o número de casa para uma emergência?

Nossa, a vida moderna não ajuda em nada. Acho que a maioria dos leitores do blog é da época que desde pequenos a gente sabia de cor e salteado o telefone da casa, do trabalho da mãe, e de todos os amiguinhos.

Lembro uma vez que eu estava na casa do vizinho numa festinha de aniversário e de repente vi uma fumaça saindo do meio da minha casa. Eu sabia que não tinha ninguém em casa, porque meu tio do Guarujá estava visitando e todo mundo, exceto eu, tinha ido para a lanchonete do meu avô. Correndo eu fui falar com a mãe do vizinho e perguntar se eu podia usar o telefone. Telefonei para a lanchonete, pedi para chamar meu avô e falei que a nossa casa estava pegando fogo.

De carro da lanchonete até a casa demora uns 4 minutos. Voltei lá no jardim da casa do vizinho e fiquei de olho, até que vi o carro do meu avô virar a esquina. Pouco depois a fumaça que estava saindo do telhado parou.

Depois da festinha, quando voltei para casa, fiquei sabendo que minha avó tinha esquecido uma caldeira ligada. Essa caldeira esquentava a água para usar na banheira. Então a água estava fervendo e saindo o vapor do telhado. Isso foi a “fumaça” que eu vi. Foi só desligar a caldeira e tudo voltou ao normal. Ufa.

Mas voltando à menina de ontem… assim que chegamos na porta do bloco dela, ela avistou a mãe. A mãe, muito calmamente, não achava que a filha dela estava perdida. Ela explicou pra filha que resolveu parar para comprar pão. Engraçado isso, deixa a filha na rua sozinha e sem chave de casa, e vai comprar pão.

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Eurovision

Este ano o Eurovision foi em Malmö, na Suécia.

Eurovision é uma competição de canto entre os países europeus. Antes de mudar para a Dinamarca eu nunca tinha ouvido falar disso e apesar de estar aqui há décadas, eu nunca assisti um Eurovision. Na Dinamarca eles nem chamam o troço de Eurovision, chamam de Grandprix de melodia.

Acho que o evento dura uma semana mas olha a falta de sorte esse ano. Vieram centenas de turistas para assistir ao evento. Os hotéis em Malmö estavam esgotados, e por isso muitos resolveram pegar hotel em Copenhague. Aí ficava fácil. Era só pegar o trem até Malmö e em 20 minutos estava lá.

No entanto, nessa semana, ouve duas tentativas de suicídio. Pessoas que se jogam na frente do trem. Por causa desses suicídios, os trens entre Copenhague e Malmö ficaram parados durante 3 a 4 horas na segunda e na quarta.
Deve ter sido frustrante para aqueles que precisavam de ir e voltar de trem entre os dois países.

Ontem, sábado 11 de maio, foi o dia que fui visitar minha amiga de Malmö e de lá fomos até Torekov.

Quando entrei no trem em Copenhague, eu não fazia ideia de que a final da Eurovision era ontem. Fiquei bastante confusa quando vi um mundo de gente dentro daquele trem. Gente usando umas roupas brilhantes, com lantejoula. Gente com a bandeira do seu país pintada na bochecha. Acho que eguei o trem na pior hora possível.

Havia muita polícia por todo o lado na estação de trem quando cheguei. E o povo ia chegando e fazendo fila na rua. A Arena onde acontece o Eurovision era do outro lado da rua. Ali do lado também fica o shopping Emporia onde encontrei minha amiga para comprar o bendito vinho da história anterior.

Na hora de ir embora, Lena ia me deixar na frente da estação. De repente fiquei com medo de que a Eurovision terminaria naquele momento e uma multidão teria que pegar trem junto comigo.

Isso não aconteceu, no entanto, bem em frente à estação havia uma manifestação. Acho que era contra a participação de Israel no evento. Tinha muita gente gritando, segurando bandeiras, e nenhum deles parecia ser sueco. Eram todos imigrantes de países onde o povo é encrenqueiro. Então você imagina a quantidade de polícia circulando eles.

Os manifestantes estavam bloqueando o caminho para chegar na estação. Acho que isso não era de propósito. Acho que é porque a Arena fica ali do outro lado da rua e eles estavam tentando fazer barulho para atrapalhar o evento.

Já eram quase meia-noite e eu queria chegar na estação para ir pra casa. Eu ainda tinha 2 horas de viagem até chegar no meu cafofo e eu estava um bagaço de cansada.

Como tinha muita, mas muita polícia, perguntei para um policial sueco, louro, alto e lindo, se ele achava que seria seguro eu atravessar a manifestação para chegar à estação do outro lado. Ele disse que os trens estavam funcionando normal, mas que a polícia tinha fechado a estação. Disse que eu teria que ir até a estação central para pegar meu trem.

Gente, a estação central fica 5 km de distância e eu ainda não consigo andar muito. O meu tornozelo ainda não melhorou e eu continuo mancando, com dor e pé inchado.

Eu não ia conseguir caminhar aquela distância. Eu não conheço nada dos ônibus naquela cidade e com as ruas bloqueadas por causa da manifestação, eu nem sabia se tinha ônibus ali perto. O jeito foi pegar um táxi e gastar a maior grana. Táxi era o que não faltava, pois eu acho que eles tavam só aguardando o Eurovision acabar.

Olha, eu vou dizer, algumas vezes eu odeio taxistas. O meu motorista era um desses imigrantes de países encrenqueiros. Eu não confio nada neles, pois 20 anos atrás comprei uma bicicleta de um desses caras. O anúncio dizia que a bicicleta não tinha nenhum defeito. Viajei 60 minutos para ir comprar a bicicleta e quando chego lá, ele me fala que o freio não funciona. Fiquei com raiva. E fiquei ainda com mais raiva que eu acabei comprando a bicicleta assim mesmo eu nem pedi desconto no preço. E um detalhe mais nessa história… eu morava lá no centro de Copenhague naquela época, e esse vendedor desonesto de bicicleta morava aqui, no Gueto onde eu moro agora. É até muito possível que seja no mesmo bloco do meu apartamento!

Mas voltando ao taxista… Ele me perguntou “casualmente” qual era o meu destino final depois de chegar na estação de trem. Eu disse Copenhague. Ele então tentou me convencer de que os trens não estavam mais rodando. Que tinham sido cancelados. Tentou até me mostrar um aplicativo no celular dele.

Como eu não confio nesse povo, e tanto o policial com quem falei e um aplicativo local dizia que os trens estavam rodando normal, eu me manti firme e disse que queria ir para a estação central e que, se não houvesse mais trens, eu simplesmente iria procurar um hotel.

Depois da minha resposta o cara não falou mais comigo. rsrs.
Eu tenho certeza de que se eu não estivesse bem informada, ele tentaria me convencer que eu tinha que ir com ele até Copenhague, o que custaria um fortuna. Ir de táxi entre duas cidades é uma nota preta, imagina entre dois países! Por acaso eu já disse que algumas vezes odeio os taxistas?

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Malmö

Eu sempre me esqueço de que na Suécia as coisas funcionam de uma maneira diferente do que na Dinamarca e na maioria dos países que conheço. Na Suécia não vende bebida alcóolica nos supermercados. Para qualquer bebida que tenha teor alcoólico maior de 3,5%, tem que ir nas lojas especializadas controladas pelo governo.

Ontem fui encontrar minha amiga de Malmö e de lá pegaríamos estrada por 90 minutos para encontrar uma antiga colega que comprou uma casa de verão numa região chique, onde até o Hugh Grand tem casa de veraneiro. A região chama Torekov.

Como fomos convidadas para jantar, resolvemos comprar um vinho para levar para a anfitriã. Foi a primeira vez que entrei numa loja que vende bebida alcoólica na Suécia. Como tudo é caro! Se eu soubesse, teria comprado um vinho no supermercado da Dinamarca e teria custado mais em conta.

Lá em Torekov tem somente um hotel. É um hotel-spa. Mas o povo não fica só dentro do spa para tomar banho. Eles também vão encarar a água gelada do mar sueco. E detalhe, eles vão andando na rua de roupão e chinelo de dedo. Tem até uma placa para alertar os carros que ali é uma área de gente andando de chinelinho e roupão.

Outra coisa que achei legal, é que lá tem plantações de batata e de aspargos. Na beirada do campo tem uma casinha de madeira. Você pára ali, abre a casinha, escolhe o saco de batata que quer (de 1 kg ou de 2kg) e deixa o dinheiro na caixinha ou paga via celular (usando uns app tipo Google Pay). Não tem ninguém cuidando. É tudo na base da confiança.

Alguns são até criativos. A casinha vendendo aspargos dizia que era “aspargos para uma emergência” e tinha explicação dizendo que quanto mais gordinho o aspargo, mais macio. Explicava que a quantidade de fibras no aspargo é a mesma, então se ele é gordinho, as fibras estão mais afastadas umas das outras e fica mais fácil de cozinhar. Achei interessante.

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Cinema

Desde dezembro que eu tenho duas entradas gratuitas para o cinema, com direito a pipoca e refrigerante, mas estava com dificuldade em achar um filme que me interessasse.

De vez em quando eu gosto de assistir uns filmes alternativos estrangeiros, mas esses só passam no cinema Grand Teatret, e meus bilhetes não eram válidos para esse cinema.

Se eu não me engano, o Grand é o cinema mais antigo da Dinamarca, e eles colocaram umas cadeiras de veludo vermelhas para combinar com a cortina de veludo vermelha e isso me lembra o antigo cinema Santa Helena de Paranaguá na Rua Faria Sobrinho. Eu me lembro que aquele cinema era também um teatro e minha escola de dança fazia apresentações de fim de ano lá. Me lembro de estar no palco, em posição, esperando a cortina vermelha abrir.

Falando em Grand Teatret, fim de semana passado minha amiga Camilla (que é dinamarquesa mas morou no Rio Grande do Sul por dez anos e fala português melhor do que eu) me perguntou se eu queria ir lá ver o filme japonês “Dias Perfeitos”. Achei o convite ótimo, pois o pessoal com quem viajei no Japão ano passado tinha mencionado esse filme no nosso grupo de WhatsApp e eu estava curiosa para assistir. Aceitei o convite, porém estava com receio de que não entenderia nada porque a legenda era em dinamarquês.

Eu não consigo ler em dinamarquês rápido. Quando o diálogo é rápido e a legenda passoa voando na sua frente, eu ainda estou na metade da frase quando já vem a próxima. Aí fico sem entender e pode ser um pouco frustrante. Por sorte, tinha muito pouco diálogo nesse filme, pois o personagem principal era bem taciturno, e o vocabulário em japonês estava básico e eu entendi até que bastante coisa sem precisar ler legenda.

O filme foi meio lento com pouco diálogo mas mostrou muita coisa da cultura do Japão. As casas que não têm chuveiro e as pessoas vão tomar banho nos onsen públicos. Usar bicicleta para se locomover, dormir no chão no tatami num futon, comprar bebidas quentes e frias nas máquinas que se acha em cada esquina. Sem falar que o ator escutava música em fita cassete dos anos 70 e 80. Tinha uma cena onde ele estava usando uma caneta para rebobinar a fita cassete. Isso me trouxe lembranças da minha juventude quando a fita marrom ficava presa no tocador e tinha que rebobinar manualmente para colocar a fita dentro do cassete novamente.

Então foi uma boa experiência no cinema semana passada e quando voltei pra casa, resolvi dar uma olhada na programação dos cinemas onde o meu bilhete gratuito era válido. Por todo lado na cidade há cartazes do filme “O Dublê”. Vi metade do trailer, gostei dos atores e achei que poderia ser um filme divertido. Eu ia convidar o Carsten para ir ao cinema comigo, depois pensei que toda vez que encontro Camilla é sempre ela que convida. Resolvi então convidá-la e fomos assistir ao filme ontem de tarde.

Escolhi o cinema no shopping Field’s. Sábado de tarde, tempo nublado, achei que o cinema estaria abarrotado. Você vai no shopping no Brasil num sábado de tarde, é tanta gente que não dá nem pra se mexer lá dentro e os cinemas, lotados. Ontem o shopping Field’s estava lotado, mas não tinha quase ninguém no cinema.

Compramos o refrigerante e a pipoca que estavam inclusos no bilhete. Era somente pacote de pipoca pequeno que estava incluído, mas a “pequena” era enorme e parecia um balde de 1 litro. A pipoca grande vinha num balde de 3 litros. É pipoca demais, sal demais. E você acaba comendo tudo. Nada saudável. Havia uns 40 pacotes de pipoca prontos. Pipoca morna mantida em estufa. Sabe-se lá quantas horas essa pipoca estava ali. E novamente fiquei pensando no cinema de Paranaguá nos anos 80, quando o pacote de pipoca era um saquinho de papel branco de 10 x 15 cm. Pipoca quentinha feita na hora. Assim é que era bom. E ainda tinha opção de pipoca salgada ou doce. O povo daqui nunca nem ouviu falar em pipoca doce.

Depois entramos na sala do cinema para aturar 10 minutos de propaganda e 10 minutos de trailers antes de começar o filme.

Olha, eu já tinha ido nums cinemas modernos na Dinamarca, onde a cadeira é reclinável e super confortável, mas esse foi o primeiro cinema que fui onde a primeira fileira é praticamente uma cama de casal. Eu e Camilla nos acomodamos numa dessas camas, pois assim eu podia manter meu pé machucado pra cima. O ruim da primeira fileira é que você fica ali no gargarejo e é perto demais do telão. Para ter uma melhor vista, é melhor sentar mais pro fundo.

Umas meninas deitadas na caminha central levaram até um cobertorzinho pro cinema!

Achei que o filme O Dublê seria melhor. A história do filme, tanto a trama principal quanto o romance, foi fraca e uma bobagem sem fim. Por outro lado, foi legal a parte da história sobre dublagem, com menções a dublagens de outros filmes com Jason Bourne e Miami Vice.

Não assistiria a esse filme novamente, mas também não foi uma perda total de tempo.

Você assistiu ao filme O Dublê? Gostou?

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Stalker

Sentada na sala, admirando meus vasos caídos na sacada por causa do vendaval (e eu com preguiça de ir lá fora no vento para levantar o bendito novamente), resolvi abrir o computador e escrever uma carta para minha correspondente sul-africana.

Compenetrada focando na telinha, me veio a impressão de estar sendo vigiada. Sabe quando você sente que alguém está te olhando?

Levantei os olhos e, realmente, eu estava sendo observada de cima a baixo. Eu encarei também, olhei de cara feia. Não adiantou. Acho que tenho um stalker me perseguindo.

Esse esquilo me persegue
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Sem noção

Tantos motivos pelo qual que não leio jornal e não vejo o noticiário. Eu acho que a maioria das notícias ou são ruins, tipo tragédia ou relacionada a Trump ou o Russo louco, ou são uma bobagem sem fim.

Então é raro eu dar uma olhada no aplicativo do jornal dinamarquês.

Hoje de manhã fiz a besteira de olhar as notícias e vejo uma foto de uma mulher no hospital com seu bebê recém-nascido. Dizia: Mette não pode receber comida vegana no hospital: é contra os direitos humanos?

Eu nem abri o artigo para ler, porque me irritou só em ler a chamada. Os dinamarqueses são sem noção. Desrespeito aos direitos humanos seria se ela não tivesse recebido comida ou se tivesse sido servida bosta de cavalo! 

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16 abril 2024

Ontem, 16 de abril, foi o aniversário da rainha. Como agora temos duas rainhas, devo esclarecer: rainha Margarida, que abdicou no dia 14 de janeiro.

Quando saí de casa de manhã, vi que nos ônibus da cidade tinham pendurado bandeirinhas dinamarquesas. Isso sempre indica que um dos membros da família real está de aniversário ou que o reino está comemorando alguma data especial. Confesso que quando vi as bandeirinhas, não me lembrei de imediato de que era o niver da rainha Margarida. Foi um colega de trabalho que me alertou.

Por uma triste coincidência, ontem também foi o dia em que um prédio histórico foi incendiado. O castelo da bolsa de valores (chamado Børsen) pegou fogo e a torre do castelo, que é praticamente um símbolo em todos os cartões postais de Copenhague, desabou.

Li que os bombeiros estão tendo dificuldades para conter as chamas porque em torno do prédio há muitos andaimes. Também li que tentaram salvar algumas das pinturas históricas, mas muita coisa se perdeu.

As pinturas salvas foram carregadas para o prédio vizinho, que é o Christiansborg (o castelo do parlamento). Achei interessante isso. Uns anos atrás eu fiz uma visita ao museu que fica no subsolo do Christiansborg e lembro ter lido que o castelo original pegou fogo 3 ou 4 vezes durante a história da Dinamarca. Todas as vezes que ele pegou fogo, tentavam salvar as pinturas, que eram então carregadas para o prédio da frente (uma igreja). Achei interessante que agora o Christiansborg é que vai acolher pinturas de outro prédio em chamas.

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Danúbio Azul

Em Paranaguá no Paraná, cidade onde eu cresci, tinha um restaurante em frente ao rio Itiberê que se chamava Danúbio Azul.

O Danúbio Azul era um restaurante popular para fazer festinha de aniversário, provavelmente por causa da pracinha privada bem em frente. Eu e minha família quase não íamos nesse restaurante, mesmo ele ficando bem perto da nossa casa, pois meu avô era dono de restaurante naquela época e a gente não ia no concorrente. Mas me lembro de ter ido ao Danúbio umas poucas vezes por causa de festinha de aniversário de amiguinhos da escola.

Danúbio Azul é um nome que fica na cabeça da gente.

Confesso que quando cheguei em Budapeste e vi que o meu quarto de hotel era de frente para o rio Danúbio, a primeira coisa que eu fui ver é se ele é azul mesmo.

Que nada. Verde.

Aliás, verde escuro e um pouco turvo.

Tia Cris e o Danúbio

Talvez seja dessa cor aqui na Hungria, pensei. Quem sabe mude de cor em outros países.

Quando continuei viagem para a Eslováquia e o trem foi acompanhando as curvas do Danúbio, fiquei de olho nesse rio. Assim que o trem chegou em Bratislava, a primeira coisa que fiz foi mancar até a beira do rio e ver sua cor.

Verde.

Bratislava

Será que é só na Áustria que esse rio é azul? Deve ser, pois afinal a famosa valsa do compositor Strauss se chama O Danúbio Azul e esse cara é de Viena na Áustria.

No dia seguinte tomei o ônibus e fui para Viena. Como eu estava com dificuldade para caminhar, eu peguei um desses ônibus turísticos de dois andares que rodam a cidade toda. Do andar de cima do ônibus eu pude avistar o rio quando passamos pela ponte.

Olha, não achei muito azul, não.

Ou 100 anos atrás esse rio era bem azul, ou Strauss pirou na batatinha na hora de batizar sua valsa.

Viena

Pra terminar uma imagem de Strauss, no parque do estado em Viena.

Strauss, stadtpark Viena
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Forró

Todo cardápio em Budapeste tem a palavra ‘forró’ (escrito exatamente assim, com acento agudo e tudo).

Não foi preciso abrir o dicionário para adivinhar o significado da palavra. Aparecia na seção de bebidas. Uma delas era chocolate quente a outra era chá quente. Então deduzi que forró significa quente.

Para uma pessoa como eu, que gosta muito de dançar forró, eu digo, se tocar um xote e você estiver dançando com aquela pessoa maravilhosa, pode ficar quente mesmo. Rsrsrs. Então faz sentido.

Falando em forró, dois meses antes dessa viagem eu comecei a seguir o grupo de forró de Budapeste. Eu vi que de vez em quando nos finais de semana eles fazem algum evento ou dançam no parque. Pensei que talvez eu tivesse sorte e poderia dançar com eles nos dias que eu estava aqui na cidade.

Pois não é que no dia que eles fizeram forró no parque, foi exatamente o dia que tive que ir pro hospital por causa do tornozelo? Definitivamente não tive sorte aqui em Budapeste. Não posso andar, não posso dançar, e não posso falar, pois eu não conheço o idioma e muito poucas pessoas falam inglês.

Por causa da dificuldade com o idioma, hoje no parque eu passei um sufoco. Para repousar bem o pé, eu passei os últimos dois dias dentro do quarto e só usando a cadeira de rodas para me locomover até o restaurante e o spa. Mas hoje, meu último dia na cidade, pensei em tentar me arrastar até o jardim lá fora. Tem um parque enorme na frente do hotel. Desci e me sentei no gramado.

De repente veio um cara de bicicleta vermelha, e veio com as mãos esticadas e apontando pro meu pé inchado. Veio falando um monte de coisa que eu não entendi. Entrei em pânico e comecei a gritar “não me toque!!”

Ele fez uma cara de indignação e foi embora.

Eu é que fiquei indignada. Como é que alguém que não me conhece, não fala meu idioma, quer me tocar assim? Cada doido nesse mundo.

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Cadeirante

48 horas em uma cadeira de rodas. Olha, ser cadeirante requer muita energia.

Eu peguei bem a manha de manobrar a cadeira, com exceção das curvas em velocidade. Vou dizer, andar de cadeira cansa bastante o braço e o pescoço. Tem que ter força no triceps. Não sei se uma cadeira de rodas pode ser feita sobre medida para o tamanho da pessoa, para não cansar tanto o pescoço?

Se você não me segue no FB ou no Insta, deve estar se perguntando o que aconteceu.

Eu estou em Budapeste na Hungria. Viajei sozinha mas calhou que minha amiga Teresa estava na cidade. No primeiro dia, ficamos de nos encontrar de tardezinha para ver uma exposição sobre o pintor Van Gogh e depois jantar num restaurante brasileiro. No meio da tarde, horas antes de dar o horário do nosso encontro, nossos caminhos se cruzaram por acaso. Eu estava na frente de uma ponte linda e do meu lado parou um ônibus de turismo. Olhei para dentro do ônibus, e quem vejo? Teresa!

Aliás, meu primeiro dia em Budapeste foi cheio de encontros brasileiros. Muito turista brasileiro aqui. Esbarrei num pessoal do Rio; conversei com um casal de Cascavel que tirou um monte de fotos minha, parecia até um book fotográfico. 

No meu segundo dia de viagem, achei que não encontraria Teresa. Ela tinha planos de ir para uma das cidades vizinhas daqui e eu fui ver a área do outro lado do rio (Budapeste é dividida pelo rio Danúbio, de um lado fica Peste, do outro, Buda).

Quando Teresa escreveu para me perguntar se eu queria ir comer um goulash juntas, eu disse que sim. Nos empanturramos de comida e vinho. Eu estava pronta para pegar um taxi e voltar para meu hotel, mas Teresa perguntou se eu queria caminhar um pouco. Estava uma noite muito agradável, então, apesar do cansaço, eu disse que sim. Estávamos muito perto daquela ponte linda e do castelo do Buda. Então fomos naquela direção.

Os prédios estavam todos iluminados. Lindo de ver. Eu pensei que poderíamos pegar o teleférico para subir o morro. Dizia que o preço era 2000 forints para subir e 4000 ida e volta. Eram nove e pouco da noite e o teleférico só funcionava até às dez. Pensei, pegamos só de ida e depois pra descer o santo ajuda.

Na hora de comprar o bilhete só de ida, a mulher no guiche se recusou a nos vender só ida, dizendo que tínhamos que comprar ida e volta. Eu, esquentadinha do jeito que sou, achei um absurdo que a placa dizia que dava para comprar só de ida, mas a mulher não queria vender. Foi aí, enquanto eu falava pra Teresa que ‘as escadas estão para aquele lado’ que meu pé se enfiou num buraco na calçada, fez creque, torceu feio e eu caí e não consegui mais me levantar.

Umas garotas asiáticas pararam para perguntar se precisávamos de ajuda e se ofereceram para telefonar para uma ambulância, mas eu estava com tanta dor, não conseguia pensar direito. Teresa muito preocupada, queria me levar para me sentar num banco, mas eu não conseguia colocar o peso no pé. Eu não conseguia dar nem um passo.

Vi muitos táxis passando e pedi para Teresa pegar um para me levar para o meu hotel. Eu não queria ir para um pronto socorro, porque estava cansada demais e eu sei que em hospital demora horas e horas (ainda mais de noite no feriado de sexta-feira santa). Também tinha esperança que o problema era somente uma torção e que no dia seguinte, após repouso, estaria melhor. Me despedi de Teresa, porque ela estava em outro hotel longe do meu e porque eu não queria estragar ainda mais o passeio dela. Ela iria embora no dia seguinte, enquanto eu ficaria o resto da semana pros lados de cá.

Quando entrei no taxi, cheguei a perguntar se ele conhecia algum hospital mas achei estranho que o taxista disse que não conhecia. Voltei pro hotel, como eu não conseguia andar, me arrumaram uma cadeira de rodas e gelo para o tornozelo.

O pessoal da recepção estava muito preocupado, achando que eu tinha quebrado o pé e mandaram o time médico me telefonar. Quando a mulher disse que o preço inicial para chamar uma ambulância era 650 euros, eu quase cai de costas.

Minutos mais tarde liga a recepção dizendo que poderiam chamar a ambulância normal e que daí não custaria nada. Eu disse que queria descansar um pouco antes de me decidir e se eu me sentisse pior, que eu entraria em contato com eles. 

Quando acordei de manhã vi que não havia nenhuma melhora. Muito inchado, pé meio dormente, não dava para mover o pé nem colocar peso nele. Fiquei com medo de que estivesse quebrado.

Liguei para meu seguro saúde viagem (que tenho há uns dez anos e nunca precisei usar antes), e eles me mandaram tomar um táxi e ir para o hospital universitário. Chegando lá, ninguém falava inglês. Pra piorar, parecia que ninguém queria me atender. A primeira coisa que perguntaram não foi qual o problema, mas qual era meu endereço.

Usando tradutor no telefone para comunicar, descobri que os hospitais em Budapeste têm jurisdição e só podem atender quem mora na região deles. O meu hotel estava fora da jurisdição desse hospital. Então volta ligar para meu seguro e explicar. Me mandaram então para o hospital militar. Lá me atenderam, mas também foi essa palhaçada de perguntar o endereço do hotel várias vezes para checar a jurisdição.

Cinco horas mais tarde, raio X de 4 partes do corpo, disse o médico de plantão que nada estava quebrado, mas que poderia levar 4 a 6 semanas para eu voltar a andar. Me recomendou comprar ma bota ortopédica, mas como tudo está fechado por causa do feriado da páscoa, somente daqui 3 dias que vou poder comprar. Nem muletas não me deram. Se não fosse a cadeira de rodas do hotel, não sei o que seria de mim.

Pude observar as dificuldades de um cadeirante. De repente as comidas do buffet do café da manhã estavam altas demais para eu alcançar. As pessoas se metem na frente da cadeira. Colocam umas lixeiras enormes na frente do botão do elevador e fica difícil chegar perto o suficiente com a cadeira para apertar o botão. Foram várias dificuldades até agora. Mas algumas pessoas ficam mais atenciosas. Fazem questão de te dar bom dia, perguntam se podem ajudar. Foi uma experiência interessante.

Eu poderia ter cancelado todo o resto da viagem e voltar para casa, mas eu estou tão precisada de sair daquele meu apartamento e da Dinamarca. Mesmo socada no hotel aqui é melhor do que ficar socada no meu apartamento. Então vou continuar viagem (mas avaliando de um dia pro outro, como estou me sentindo).

Na terça eu continuo viagem. Vou de trem para a Bratislava na Slovakia. São duas horinhas de viagem daqui. Passo um dia lá e depois sigo de ônibus para Viena na Áustria (60 minutos de viagem). Tudo muito perto. Visitar três países em 10 dias, viajando baratinho de trem e ônibus. Por que não? Eu já tinha planejado e pago todo esse passeio. Só que o plano era fazer caminhadas e mais caminhadas. Agora não consigo andar nem meio metro, não vou poder aproveitar tanto quanto eu queria. Mas vamos ver no que vai dar. 

Pelo menos no momento meu quarto de hotel tem uma bela vista do rio Danúbio. Aproveito para descansar.

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Com jeito vai

Ontem, acordei com uma marchinha de carnaval tocando sem parar na minha cabeça.

♬ Menina, vai, com jeito vai
Senão um dia a casa cai

Se alguém lhe convidar
Pra tomar banho em Paquetá
Pra um piquenique na Barra da Tijuca
Ou pra fazer um programa no Juá ♬

Quando eu era mais nova acontecia com muita frequência: eu abria os olhos de manhã e já tinha uma música tocando sem parar na minha cabeça. Então sei bem que ela vai continuar tocando na cabeça incessantemente até de noite (e às vezes no dia seguinte continua) ou até que eu escute a bendita música no rádio, na fita cassete, na vitrola, no CD…. ou nos tempos modernos, no Spotify e SoundCloud.

O problema é que algumas vezes toca um ritmo na minha cabeça, mas eu não lembro a letra da música. Por isso pode ficar difícil identificar o nome da música e achar em qual disco ela está. Mas ontem eu estava cantarolando a letra. Procurei por menina vai, com jeito vai mas o spotify não encontrou nada. Foi o Santo Google que me ajudou e me disse que a música se chama “Vai com jeito” da Emilinha Borba.

Aí sim, achei no Spotify. Começou a tocar mas estava muito mais lenta do que na minha cabeça. Então não era essa versão que meu cérebro lembra e essa versão não vai funcionar. E dá-lhe escutar tudo quanto “vai com jeito” que apareceu na minha frente. Até que achei um pout-pourri de marchinhas e aí sim, estava no ritmo certo!

Escutei várias vezes em alto som e dancei um pouco no meio da minha cozinha, me imaginando numa grande roda de carnaval de salão, para garantir que meu cérebro se dê por satisfeito e deixe essa música pra lá.

Funcionou bem!

Ainda bem que eu moro sozinha. Já imaginou ter que explicar para alguém que mora contigo, mas que não conhece esse teu “lado musical”, o porquê de você, seis e quinze da manhã, estar bem doida pulando carnaval no meio da cozinha com o som no último para tentar se livrar de uma música que não pára de repetir na cabeça?

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Animação

Na festa de natal da empresa no ano passado eu ganhei num bingo duas entradas para o cinema. Já estamos em março e eu até agora não usei essas entradas.

De vez em quando dou uma olhada no que está em cartaz no cinema, mas até agora nada fisgou meu interesse.

A história é diferente, no entanto, quando fico fuçando no Insta ou Facebook. Sempre aparece um monte desses vídeos curtos, e por falta de algo melhor pra fazer, eu passo um tempão vendo essas bobagens.

Como eu adoro desenho animado, quando aparece vídeo curto de desenho, eu sempre assisto várias vezes seguidas.

Um dos vídeos que aparece com frequência pra mim é de um filme que se chama Migration. Não sei como o título foi traduzido para o português. Se entendi bem, é a história de uma família de patos que vai migrar pela primeira vez durante o inverno.

Das cenas que aparece pra mim, minha favorita é a da patinha dizendo para seu irmão que ele precisa de um abraço. Adoro! Posso assistir dez vezes seguidas que não me canso desse vídeo.

Mas eu gosto dele em inglês. Outro dia apareceu pra mim uma versão em português, mas achei estranho. Gosto dela dizer:

You look mad. You need a hug!

You feel better? Then it has not kicked in yet.

Como eu não vi o filme, não sei exatamente o que se passou antes ou depois dessa cena. Imagino que é algo bem emocional.

Estou morrendo de vontade de ver esse desenho, ele está nos cinemas no momento, porém só com dublagem em dinamarquês. Sem condições. Estou achando isso bem estranho. Normalmente na DK sempre tem uma sessão com som original em inglês. Pense, ano passado eu fui ver o filme da Barbie e pude escolher uma sessão em inglês.

Chato isso. Eu, com dois bilhetes gratuitos pro cinema na mão, doida para ver o filme da migração, e nenhum cinema apresentando o bendito em inglês? Poooxa.

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Encarecimento

Você conhece a expressão “o barato sai caro”? Algumas vezes a gente quer economizar mas o tiro acaba saindo pela culatra. Foi o que aconteceu comigo semana passada.

Nas minhas viagens eu costumo trazer somente uma malinha de mão, porém desde 2016 não tenho sorte com as malas que compro ou ganho de presente. Ou a rodinha arrebenta, ou o zíper quebra, ou abre um furo e entra água na mala. Tem sido assim pra mim. Mesmo uma mala cara que eu ganhei da empresa onde eu trabalhava – achei que seria de boa qualidade, mas o zíper estourou na primeira viagem.

A páscoa se aproxima, eu vou passar uns dias fora e não tenho mala. Então comecei a caçar uma.

No centro comercial perto do meu cafofo só tem uma loja vendendo malas e o preço começa em torno de 600 coroas (aprox 400 reais). Isso eu acho muito caro para uma malinha pequena de mão. Não pago.

Fui então caçar o mesmo modelo de mala que eu comprei em 2016 por 160 coroas. Era uma mala barata de lona, mas com bastante espaço e super leve (1,5 kg). O único problema foi que a borracha da rodinha estourou depois de poucas viagens. Mas eu dei um jeito de retirar a borracha e depois disso, apesar de fazer mó barulhão quando eu arrastava essa mala, ela durou até dezembro 2023, quando abriu um rombo na lona e tive que jogar a mala fora. Como durou bastante, pensei que valeria a pena comprar outra mala desse mesmo modelo. Quem sabe a próxima mala dure até 2032!

Então paguei 48 coroas e gastei 80 minutos para ir de trem à Copenhague até o supermercado Bilka (onde comprei a mala da última vez). Cheguei lá e não tinha o modelo de mala que eu queria. Que decepção. A mais barata que eles tinham custava 500 e eu achei caro. E também achei as malas pesadas. A mala mais leve que tinham pesava 2.6 kg. Para quem só pode levar 8 kg de bagagem de mão, o peso da mala é muito importante.

Voltei pra casa de mão abanando e paguei mais 48 de trem.

Em casa, fui na internet caçar essa bendita mala e achei na loja do Bilka online. Ela agora custa 299 coroas. Caramba, quase 100% de aumento em 8 anos. Eu digo, meu salário não foi reajustado na mesma proporção em 8 anos.

Durante a compra online, havia a opção de ir buscar na loja, mas por 39 coroas eles entregavam em casa. Paguei pela entrega, pois ficava mais em conta do que pegar trem novamente.

A mala chegou dois dias depois. Abri o pacote e a primeira coisa que chequei foram as rodinhas. Percebi que trocaram o modelo de rodinha (comparado com o de 2016). A rodinha agora não é mais de borracha, é de plástico. Percebi então um pequeno problema. Uma rodinha gira livremente com bastante velocidade, mas a outra está meio travada. Já estou vendo tudo. Na hora de arrastar a mala, essa rodinha vai emperrar e dar problema.

Eu que queria economizar e evitar pagar 600 coroas numa mala cara, acabei pagando 434 (trem, trem, mala, entrega) por uma mala com defeito.

Estou muito na dúvida se vou lá na loja reclamar da rodinha. Além do tempo para ir lá e pagar 48 coroas de transporte por trecho (o que fará o preço investido na mala subir de 434 para 530 coroas), eu suspeito que a viagem até lá será uma perda de tempo.

Não está fácil encontrar esse modelo de mala. Corro o risco de chegar lá e não ter mala do mesmo modelo para fazer a troca. Daí eles vão oferecer reembolsar o dinheiro e eu terei que escolher entre ficar com essa mala defeituosa ou receber 299 de volta e desembolsar mais 500 coroas para comprar uma das malas caras. Ô vida.

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Primavera

Ontem, primeiro de março, uma colega disse: começou a primavera.

Quase 23 anos de Dinamarca e eu não consigo me acostumar com essa idéia de que o povo aqui considera o mês inteiro de março como primavera.

Pra mim, primavera começa quando tem o equinócio, ou seja, entre os dias 20 e 21 de março. Então ainda tem chão pela frente até a primavera chegar. Isso pra mim. Mas se eu falar isso em voz alta, podem me crucificar.

No fundo eu entendo o desespero deles de querer que a primavera chegue logo. Daqui a pouco começam a aparecer algumas flores como crocus e narcisos e isso dá certo ânimo depois de um longo período de inverno. Em março o sol também volta a aparecer. Se bem que o dia hoje não parecia nada de primavera. Havia um nevoeiro pesado no ar o dia inteiro. Parecia até coisa de filme de suspense. Eu nem animei pra sair de casa.

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Casinha

Eu tenho uma pergunta: criança pequena ainda chama cachorro de totó?

Pra mim, totó é apelido de cachorro.

Imagine o nó que deu no meu cérebro, quando numa das minhas caminhadas me deparei com essa casinha de totó…

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