Lembra no mês de novembro que eu reclamei que estava trabalhando horas extras em demasia? Pois eu ainda tenho 60 horas extra que tenho que gastar.
Pedi a manhã de folga hoje e agendei para cortar a juba.
Acordei 7 e pouco, abri a cortina e não tinha trânsito lá fora. Meu apartamento dá de frente para a avenida, então dá para espiar se tem muito engarrafamento ou não.
Tomei café, tomei um banho e saí 8 e pouco. Achei estranho que tinha uma fila de carros esperando para sair da garagem do meu prédio. Estranho, porque engarrafamento acontece do outro lado da avenida, sentido Copenhague. O lado de cá da avenida é sentido fim-do-mundo e raramente tem engarrafamento. Mas hoje tinha. E tinha polícia. Sinal de que a batida foi feia.
Cheguei mais perto e vi as janelas de um dos carros todas quebradas.
Fico imaginando como isso aconteceu. Alguém se enfiou na frente de um carro vindo à toda?
Continuei meu caminho. Comprei um presentinho pro Carsten na loja que vende mil tipos de prego. Eu queria agradecer toda a ajuda que ele me deu.
Tomei o trem para Copenhague. Cheguei 20 minutos antes do previsto e fui na loja de cosméticos gastar meu tempo e dinheirinho. Comprei óleo de amêndoas que na Dinamarca não tem cheiro de nada. Eu lembro que no Brasil esse óleo é tão cheirosinho.
Esperando para atravessar a rua, do meu lado parou uma mulher vestida com roupa de esporte. Ela estava correndo. Olhei para o porte físico dela e me perguntei como essa mulher consegue se manter em pé. Ela era pele e osso. Parecia uma caveira de Halloween vestida de roupa de lycra. Arrepiante ver aquilo, e não no bom sentido.
Fui cortar o cabelo e escutar as fofocas. Descobri que daqui pra frente, se quiser ir em Londres, quem mora na Europa tem que pagar e pedir visto. Eu não estava sabendo de nada disso.
Passei na frente da lojinha de produtos brasileiros, que fica bem pertinho do cabeleireiro. Eram 10:40 e descobri que a bendita loja só abre 11 horas. Nunca calhou de eu passar na frente dessa loja e ela estar aberta.
Fui então no Magasin du Nord, uma loja de departamentos enorme, e comprei dois cartões vale presente, já que fui convidada para dois aniversários esse mês.
Vi que ia me atrasar para encontrar Carsten. Ficamos de almoçar juntos. Entrei na estação errada do metrô. São 4 linhas de metrô. Era para pegar M3 ou M4, mas eu entrei na estação do M1 e M2. Perdi bons minutos ali tentando achar a estação certa.
Cheguei a tempo. Ufa! Entreguei o presente do Carsten. Comemos comida indiana. Eles gostam de colocar coentro em tudo. Eu não sou fã. Mas estava bom. Antes de ir embora entrei no banheiro do restaurante. Era tudo azul. Parede, teto, chão. Isso me fez lembrar o filme “O Cubo”. Filmezinho medonho que assisti uns 23 anos atrás.
Peguei o trem para voltar para casa e aproveitei para ler os e-mails do trampo enquanto estava no trem.
Chego na frente do meu apartamento e ainda tem carro com sirene. Dessa vez um carro com sirene amarela e uma vassoura. O acidente ocorreu antes das 8. Eram 13 horas e ainda estavam limpando aquele acidente? Esse povo é devagar demais.
