Ontem quando acordei, a primeira coisa que vi foi uma mensagem no Whatsapp dizendo ‘Sinto muito em saber as notícias da rainha da Dinamarca. O que você acha disso? Você acha que Frederico será um bom rei?’
Como assim?
Essa mulher morreu no dia primeiro de janeiro e eu não estou sabendo? Ela estava viva anteontem quando voltei de viagem na noite do dia 31 de dezembro, pois vi na mídia que ela fez seu discurso do ano novo como de costume. Como eu nunca escuto o discurso, perdi uma informação importante.
Ela está viva, gente! Durante seu discurso, ela anunciou que vai renunciar ao trono no dia 14 de janeiro de 2024. Deve ter sido um choque para todos ouvir isso. Eu ouvi comentários que faz uns oitocentos anos que a história da Dinamarca não vê um rei abdicar.
Fiquei matutando, por que esperar até dia 14 de janeiro? Tem que dar aviso prévio?
Lembrei que em 2012 eu escrevi um artigo sobre o jubileu de 40 anos do reinado dela. Eu escrevi que o pai dela – então rei da Dinamarca – morreu no dia 14 de janeiro de 1972 e ela assumiu o trono no mesmo dia. Imagino que ela escolheu para abdicar no dia 14 de janeiro de 2024 para completar 52 anos de reinado.
52 anos de reinado é um bocado. Se bem que comparado com outros monarcas, 52 anos está longe de ser o reinado mais longo. Até o rei D. Pedro II do Brasil ficou mais tempo no trono (58 anos de reinado, de acordo com Wikipedia).
Houve muita comemoração em 2012 quando a rainha Margrethe teve o jubileu de 40 anos de reinado. Dez anos mais tarde, para comemorar meio século de reinado, era de se esperar uma festança ainda maior, porém em 2022 estávamos no meio da pandemia. Então a comemoração do jubileu de 50 anos foi bem discreta e por isso não escrevi nada no blog sobre o evento.
Fico contente em saber que ela não morreu. Eu sei que ela fuma muito e tenho a impressão de que ela não está muito bem de saúde. Quando a pandemia começou em 2020 eu assisti ao discurso da rainha da Dinamarca e por curiosidade também assisti ao discurso da rainha da Inglaterra. Ambas estavam tentando levantar o ânimo dos súditos depois de longo período de isolamento e lockdown. Lembro que fiquei chocada quando comparei as duas rainhas. A (agora falecida) rainha Elizabete II, apesar de ser 16 anos mais velha do que a rainha da Dinamarca, se mostrava muito mais disposta e parecia estar com melhor saúde. Juro que na época eu pensei que a rainha dinamarquesa não duraria muito.
Talvez seja sensato ela abdicar para cuidar da saúde e fazer as coisas que gosta de fazer. Ela gosta muito de arte, pinta e produz roupas para teatro e filmes.
Se eu acho que Frederico será um bom rei? Só o tempo dirá. Ele parece ser muito pé no chão e é respeitado e querido pelos súditos. Todo ano no seu aniversário ele corre mais ou menos 10 quilômetros com o povo. É a corrida real. Começa do outro lado da Dinamarca e termina com 5km em Copenhague. Será que ele vai poder continuar com essa prática depois que subir ao trono? Veremos.
Eu fico meio triste que não teremos mais uma rainha. Eu sempre gostei do fato que na Dinamarca os líderes de estado são mulheres: primeira-ministra e rainha. Depois da morte de Elizabete II e abdicação de Margrethe II, acho que não resta nenhuma rainha no mundo? Não digo as “rainhas” que são assim chamadas por serem casadas com um rei, digo rainha de verdade, de sangue azul.
Enfim, novos tempos virão.
Termino esse texto com algumas fotos extraídas dos discursos de fim de ano da rainha Margrethe II (ou Margarida II, se preferir o nome em português). A primeira foto é de seu primeiro discurso em 1972, e a última foto, de seu último em 31 de dezembro de 2023.
Dei um google… a princípio a Margarida (rs) II era a única rainha, mesmo… :/
Que ela aproveite a aposentadoria, rs.
Que triste que Margarida é a última rainha!