O povo vive me perguntando se eu estou envolvida com alguém, se estou com namorado, se conheci alguém, se estou em algum site de relacionamentos, o que estou fazendo para encontrar alguém. Aff. Que porre isso.
Só ontem, me perguntaram isso duas vezes!
Eu sei, eu sei:
– tem homem que te faz essas perguntas porque secretamente ele talvez esteja interessado em ser teu date
– que amigas perguntam por curiosidade ou porque não sabem o que mais perguntar para iniciar uma conversa
Mas a impressão que dá, é que há uma pressão da sociedade. É como se ser solteiro fosse crime ou te fizesse ser um ser humano de pouco valor.
Eu nunca estive tão bem. Livre de drama, ciúmes, e principalmente, livre de ter que aguentar amigos e familiares dos outros. Posso ser eu mesma, com minhas piadinhas sem graça. Não preciso impressionar ninguém. Faço o que quero, na hora que quero, não preciso dar satisfação pra ninguém.
E o melhor de tudo, não há ninguém sugando minha energia mental. Porque convenhamos, assim que a gente conhece alguém que nos interessa, começa uma incessante tortura mental, onde você se pergunta muitas coisas e tenta analisar a situação por mil pontos de vistas diferentes, tentando adivinhar se a outra pessoa também gosta de você, se sentiu a mesma atração, se há chance de ser um relacionamento duradouro, quando ele vai escrever ou ligar (ou pior, se não escreveu, aquela agonia esperando).
Um amigo me contou uma vez que, quando ele conhece uma guria da qual ele gosta, imediatamente ele começa a fazer planos para o futuro. Mulher também faz dessas coisa, fica imaginando como as coisas podem evoluir.
Tudo isso gasta muita energia. Energia que vai pro espaço, te cansa, e pior, não te deixa ver as coisas com clareza, o que leva a tomadas de decisões equivocadas (aliás, há uma explicação fisiológica para isso, chama-se oxitocina, que diminui a sua habilidade de prever perigos – pesquise, caso interessar).
Bom, nem preciso dizer que estou economizando toda essa energia que é desperdiçada assim que alguém entra no radar. Minha energia está no momento sendo usada para trabalhar, estudar, e manter meu bem-estar e saúde. Tudo isso é tão mais importante que um relacionamento.
e você se estressa com isso? hehehe
Sim! Também me estresso quando me perguntam por que eu me mudei pra Dinamarca. Sabe quantas vezes eu já respondi isso nos últimos vinte anos?
ohhh meu pai.
Por isso que muita gente evita falar comigo, pensam que sou otário, hahaha, deixo que pensem não to nem aí. hehehe
Kkkkkk
Acho que eu tenho que aprender a ser mais assim… De boa com a vida.
“É como se ser solteiro fosse crime ou te fizesse ser um ser humano de pouco valor. Eu nunca estive tão bem. Livre de drama, ciúmes, e principalmente, livre de ter que aguentar amigos e familiares dos outros. Posso ser eu mesma, com minhas piadinhas sem graça. Não preciso impressionar ninguém. Faço o que quero, na hora que quero, não preciso dar satisfação pra ninguém. E o melhor de tudo, não há ninguém sugando minha energia mental. Porque convenhamos, assim que a gente conhece alguém que nos interessa, começa uma incessante tortura mental…”
Putz Cris, falou exatamente o que eu penso e sinto também!
Parece que o fato de ser solteira (ainda mais quando há muito tempo) te tiram um certo valor na sociedade, e depois dos 30 tô vendo que isso só piora. Os caras logo perguntam porquê estou solteira já imaginando que eu devo ser uma louca, esquisitona ou algo do tipo, e que por isso ninguém me quer.
Acontece que evito ao máximo essa coisa de relacionamento exatamente pelos mesmos motivos que tu. É uma tortura mental constante e estar livre de paixões nos deixa mais conscientes de nós mesmas e temos um maior controle das nossas próprias vidas.
Ter a sorte de encontrar alguém que traga mais coisa boa do que ruim em um relacionamento é RARO. 90% das opções nesse “oceano todo” para nós solteiras só vão trazer drama, ciúmes, família chata, amigos chatos, amiguinhas no pé, contatinhas, mensagenzinhas estranhas no celular, curtidas nas fotos das fulaninhas, agônia e noites mal dormidas, etc…
E para fechar com chave de ouro, vão aumentar ainda mais nosso baixo auto-estima, porque a todo momento nos farão sentir que nunca somos boas o bastante fisicamente ou mentalmente.
Ai, só de pensar já dá uma preguiça disso tudo! Por isso que fico só nessas paixonites passageiras, longínquas e platônicas. Dói muito menos!
Oi Gabi
Eu pensei muito sobre o seu comentário. Entendo perfeitamente a sua frustração.
Eu também não conheço ninguém que tem um relacionamento de longa duração fantástico. Muitas vezes me pergunto se as pessoas estão procurando por algo que não existe. Será que somos influenciadas pelos filmes românticos e aquelas histórias que terminam dizendo “e viveram felizes para sempre”. Acho que a gente se esquece que são obras de ficção para o entretenimento, mas parece tão tangível, que a gente se ilude.
Outra coisa que contribui muito para a frustração é que nós mulheres somos criadas para sermos queridas, carinhosas, educadas, falar a verdade. A gente se preocupa demais com os outros, e a gente entra na defensiva demais e ficamos chateadas com facilidade. Também acho que a gente se abre demais (revelando coisas da nossa vida para os namorados, porque no fundo a gente quer que a outra pessoa conheça nosso íntimo. Não há nada de errado em ter essa vontade que a outra pessoa conheça nosso íntimo e goste de nós como somos, mas o fato de revelar demais é que é um problema – e na minha experiência, muita coisa que revelei, foi mais tarde usado contra mim).
Seria tão bom se houvesse uma escola onde nos ensinassem sobre relacionamento e diferenças entre os sexos. Por exemplo, a gente não aprende, ou demora a aprender, é há uma diferença fundamental no modelo de comunicação de homem e mulher. Homem não usa comunicação verbal. Tudo o que eles te falam você pode jogar ralo abaixo. Não vale nada, e muitas vezes não é verdade. Eles falam o que for preciso para alcançar um objetivo, mesmo que seja uma mentira deslavada. Para saber a intenção de um homem, a mulher deve prestar atenção na maneira como ele a trata, pois eles se comunicam com linguagem corporal. Já nós mulheres usamos linguagem verbal para dizer o que sentimos, o que queremos, e muitas vezes para tentar alertar um homem que algo está errado, mas se você quer se comunicar com um homem, tem que usar linguagem corporal.
Olha, recomendo muito o livro da Sherry Argov “Why men love bitches”. O título é meio doido, mas não tem nada a ver em se tornar uma criatura que desrespeita os outros, muito pelo contrário, o livro ressalta a importância de nós mulheres nos respeitarmos, deixarmos de ser boazinha demais e parar de deixar que os homens nos tratem como capacho.
Se você me permite lhe dar um conselho. Próxima vez que te perguntarem porque você está solteira, diga que esteve num relacionamento muito longo e só agora que você está aberta a um novo relacionamento (isso não é mentira, mas você vai omitir que o relacionamento longo foi consigo mesma, onde você tirou esse tempo para se conhecer melhor, para seu auto-desenvolvimento).
Se ele perguntar mais sobre esse relacionamento, sorria, diga que ele é muito curioso e troque imediatamente de assunto. Se ele insistir, diga que você não gosta de falar de relacionamentos antigos e peça para mudar de assunto. Se ele não respeitar o seu pedido, isso é uma grande indicação do tipo de pessoa que ele é. Se não te respeita com uma coisa pequena dessas, como será mais tarde?
Espero que você possa tirar proveito de alguma informação dessa minha mensagem. Há muita gente legal no mundo. Nem todos os relacionamentos são duradouros, e isso é ok. Isso é normal. As pessoas mudam. Sentimentos mudam. Amor acaba. O importante é que o período em que estejam juntos seja bom, proveitoso, com respeito. Se for tortura, despacha e parte pra outra.
Boa sorte!