De Tóquio à Tóquio

Descrevi a viagem toda no blog, tim-tim por tim-tim, com ênfase nos dias que teve drama. Foco no drama, claro. Qual é a graça em ler uma história onde tudo dá certinho? Tem que ter drama!

Antes da minha viagem muita gente estava me pedindo para mandar fotos e mandar notícias enquanto eu estivesse viajando. Então disse que tinha planos de escrever um diário de viagem no blog e passei o link.

Fiquei um pouco surpresa quando voltei de viagem e constatei que quase ninguém checou o blog. Acho que sou ingênua demais. Eu tinha acreditado que as pessoas estavam genuinamente interessadas em saber sobre a viagem.

Não me arrependo de ter mantido um diário de viagem. Pelo menos agora eu tenho a lembrança toda narrada. Daqui dez anos, quando eu tiver me esquecido dos detalhes, posso passar no blog e reviver os momentos inesquecíveis no Japão.

Meu itinerário foi Tóquio, Matsumoto, Nakasendo, Kyoto, Nara, Kumano Kodo, Osaka, Hiroshima, Itsukushima, Himeji, Odawara, Takayama, Kamikochi, Tóquio.

Meus correspondentes no aplicativo Slowly – aqueles que não me conhecem pessoalmente e com quem eu troco cartas de vez em quando – também me perguntaram da viagem e para eles eu mandei um resumão.

Se você está chegando no blog agora e não está com paciência para ler 2 horas de narração, aqui vai o resumo que mandei para 15 dos meus correspondentes.

Sobre a viagem…

Foram 3 semanas repletas de atividades. Encontrei 2 correspondentes do Slowly lá.

Fiz caminhadas nas montanhas em Nakasendo e 5 dias de peregrinação no Kumano Kodo (que é a peregrinação prima do caminho de Santiago de Compostela).

Visitei 22 lugares diferentes em Kyoto em somente dois dias. Haja sola de sapato!

Passei 3 noites num hotel tradicional japonês (ryokan) dormindo no chão em futon e comendo refeições tradicionais de até 12 pratos (kaiseki). Nesse lugar tomei banho naqueles banhos públicos de água quente vulcânica (onsen) junto com outras mulheres peladas vendo a lua e as estrelas.

Caí de cara no chão durante uma caminhada em Kamikochi.

Em Miyajima (a ilha do portal na água) fui atacada por um cervo faminto assim que abri um pacote de bolachinha momijimanju.

Observei a lua cheia em Hiroshima do monumento da bomba atômica.

Fiz uma parada no famoso castelo Himeji. Perdi meu adorado chapéu lá dentro. 40 minutos mais tarde, entrei novamente no castelo e achei o chapéu num cantinho, guardadinho. Ô sorte!

Fui repreendida por um monge num templo budista em Nara. Ele disse que eu estava coletando os selos (goshuin) de maneira errada.

Vi o Mt Fuji pela janela do trem bala quando eu menos esperava.

Perdi a oportunidade de ver o halloween Tóquio que dizem ser muito doido. Uma pena. Eu tinha até pintado minhas unhas de preto e estava usando brincos de caveira.

Na hora de vir embora pra casa, um dos meus voos tinha sido cancelado e eu acabei ficando dois dias a mais no Japão.

Nem pensei duas vezes. Saí do aeroporto e fui correndo para os alpes japoneses. 7 horas de transporte para chegar lá. A última coisa que vi foi um macaco de cara e escroto vermelho.

Voltei pra casa com 2000 fotos e muitas memórias.

Em muitos aspectos, o Japão me lembrou o Brasil. Os prédios altos, as grandes avenidas com viadutos, os fios elétricos expostos nos postes nas ruas. Isso são coisas que não se vê na Dinamarca.

Nem tudo no Japão foi maravilhoso e delicioso. Problemas de comunicação, fiquei resfriada por 14 dias dos 23 dias da viagem, e a comida podia ser bem desafiadora. Eles comem umas coisas estranhas lá.

Foi a primeira vez que viajei para o oriente. Voltei para casa e meu corpo sentiu os efeitos do fuso horário. Demorou 10 dias para parar de ser zumbi e voltar a dormir durante a noite.

Japão era meu sonho. Antes de viajar eu já estava planejando uma segunda viagem. Pensava que se eu achasse uma passagem com desconto que eu voltaria em maio 2024 para dançar forró no festival de Hamamatsu, mas devo confessar que a viagem foi bem cansativa. Não sei se faria novamente.

E assim foi. Coloquei umas fotos no blog, caso interesse. Blog.cris.dk

Cristiane
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3 Responses to De Tóquio à Tóquio

  1. Gabriela Sakuno diz:

    Passam se os anos mas desde 2012 sempre venho visitar seu blog, entraram no meu Facebook e perdi o acesso, foi a segunda vez que isso aconteceu então deletei e fiz outra conta com outro e-mail, quando puder me adiciona lá 🙂 vou passar minha lua de mel no Japão, vou ler seus posts pra pegar umas dicas. A última vez que lá fui foi em 2018 e em tristes circunstâncias, meu pai faleceu e fui buscar suas cinzas. Mas dessa vez será muito feliz a viagem ❤️

  2. Cristiane diz:

    Gabi! Que saudades de você! Realmente, você me acompanha desde o começo. Lembro que naquela época teu sonho era conhecer a Noruega. 🙂

    E que lindas fotos do seu casamento você compartilhou no Facebook. Que pena que teve que deletar a conta. Tentei te adicionar novamente. Espero que tenha funcionado.

    Lua de mel no Japão é tudo de bom. Quando vocês vão? Vai dar para ver a sakura? Que vocês façam uma excelente viagem!

    Olha, se teu plano é levar o vestido de noiva para tirar fotos no Japão, saiba que vários lugares proibe essa prática. Eu vi muita placa indicando que noivas não eram bem-vindas para fazer sessão de fotos nos lugares turísticos. Em compensação vi noivas tirando fotos na praia em Itsukushima e em alguns jardins japoneses que visitei. As fotos devem ficar lindas nesses lugares.

  3. Gabriela Sakuno diz:

    Casei com um Norueguês e vou à Noruega pelo menos 1x ao ano, haha. Compramos as passagens para Janeiro 2025, e serão 3 semanas, durante o inverno mesmo. Tu me deu uma ideia maravilhosa, vamos levar nossas roupas de casamento e fazer aquelas fotos de elopement perto do monte Fuji, será que lá terá essas placas de proibido? Eu tentei pesquisar sobre isso mas em inglês não encontrei.

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