Infortúnio

Caros leitores do blog, como vocês sabem, eu vivo para viajar. Viajar é a coisa que me motiva no momento.

No início do ano eu comentei que resolvi dividir minhas férias em 3 partes para poder fazer 3 viagens. Uma na páscoa, uma em maio, e uma em setembro.

Na páscoa, no entanto, muito desafortunadamente, eu machuquei o pé e até hoje estou tentando me recuperar. Duas semanas atrás finalmente desinchou (levou 8 semanas para desinchar!) e eu consegui caminhar em torno de 800 metros (bem devagarinho, tipo aqueles velhinhos que mal conseguem caminhar).

Mas também a recuperação agora parece estar indo rápido. Uma semana após desinchar, já consigo caminhar até 3 km, porém dói. Descer escadas ainda é algo que não consigo fazer. E eu estou numa corrida contra o tempo, pois minhas férias de setembro se aproximam e incluem subir e descer uma montanha: o Mont Blanc na França. Esse pé tem que melhorar 100% até lá.

Até o início da semana passada, meu único medo era que o pé não estaria melhor o suficiente para fazer as caminhas de 15 km na montanha, mas depois dos acontecimentos na Itália semana passada, confesso que estou com medo de outra coisa também:

Estou com medo do meu infortúnio.

Como o médico em Budapeste tinha dito que levaria de 4 a 6 semanas para o pé melhorar (e o médico na Dinamarca disse a mesma coisa), eu achava que minha viagem em maio seria muito boa. A viagem era 8 semanas após meu acidente e eu achava que estaria 100% melhor. Mas não foi assim.

No fim de maio eu fui para um festival de forró no sul da Itália. O Itália Roots. O local do evento era um hotel de praia (aliás, numa praia que me lembrou muito as praias do Paraná). Eu achava que ia dançar e fazer caminhadas na areia. Mas dançar de que jeito? O meu pé demorou 8 semanas só pro pé desinchar.

Mas eu fui pro festival e levei na mala vários tipos de tornozeleras, por precaução. E fui bem cuidadosa. Dancei duas músicas somente no primeiro dia e availiei. Pouco tempo mais tarde o pé inchou violentamente e deu dor. Então no dia seguinte eu não forcei. Fiz somente um workshop de arrastapé. Eu adoro um arrastapé, e como se dança com o pé todo no chão, achei que seria mais fácil de dançar e não causaria tanto impacto. Depois do workshop fiquei só deitada de boas na frente da praia tomando sol e vendo o povo dançar. Beleza.

No terceiro dia eu queria dançar um pouco, mas ao invés disso, resolvi fazer caminhada na praia, na areia. Achei que seria uma boa forma de exercício para o pé – para tentar recuperar os movimentos do tornozelo. Fiz 1,5 km de manhã e 1,5 km de tarde. Nada mal.

E nesses dias de festival eu escutava boatos que o povo do forró estava ficando doente. Mas eu não tinha visto nada. Quando fui para o show da banda no sábado de noite (colocaram um palco lá na praia!) eu fiquei meio confusa ao ver que estava quase vazio. Havia 300 pessoas naquele festival. Onde estava todo mundo?

Gente, deu um piriri feio no povo. Mas eu digo, FEIO. Uma intoxicação alimentar das bravas. Povo vomitando, povo com diarréia. E aparentemente o pessoal começou a ficar doente já na sexta-feira.

Disseram que a ambulância foi chamada e o médico informou que havia um vírus rodando aquela área da Itália e que o vírus era transmissível e passado de uma pessoa para outroa por líquidos corporais (vômito, diarreia, saliva).

Domingo de manhã, eu só escutando os comentários, porque mais e mais gente estava ficando doente. Comentários de que viram o povo na cozinha do hotel vomitando e depois servindo a comida no buffet (sem luva, sem máscara). E eu dando graças porque não tinha pegado nada e estava de boas. Isso eram 8 da manhã.

Ao meio dia eu estava jogando conversa fora com umas amigas da Alemanha e tentando decidir o que fazer naquela tarde. Então sinto meu estômago pesado e disse que queria ir me deitar um pouco no quarto.

Gente, às 3 da tarde o bicho pegou. Nunca antes eu fiquei tão mal por causa de uma intoxicação alimentar. Foi BEM feia a coisa. Saia por cima e por baixo ao mesmo tempo. Quando achava que o pior já tinha passado, começa tudo de novo e tão súbito que não deu tempo para chegar no banheiro que ficava 3 metros da cama. Se bebia água ou comia uma bolachinha de água e sal que deixaram pra mim na frente da minha porta, começava tudo de novo. Fiquei doente por 5 dias sem poder comer, porque tudo que colocava no estômago fazia mal. Eu só tinha vontade de ficar deitada no quarto, porque era eu me levantar e começava uma náusea violenta. Nos dias que eu achava que estava melhor, tentei sair do quarto para fazer um passeio. Era andar 100 metros e eu achava que ia colocar as tripas para fora. Tinha que me sentar e esperar passar. Por causa disso, não deu pra aproveitar muito. Esse problema do estômago estragou a minha viagem.

E eu fiquei bem triste com tudo isso, pois parece que estou passando por uma onda infortúnios.

Na viagem da páscoa em Budapeste eu quebro o pé no segundo dia de viagem.

Na viagem de maio na Itália eu quebro o estômago no terceiro dia de viagem.

Assim não dá. Estou preocupada se isso é uma tendência para esse ano. Será que devo cancelar minha viagem de setembro? Aff, que indecisão.

E aqui vai 3 imagens que extraí dos vídeos postados pelo grupo do forró. Veja se dá para achar a tia Cris dançando de tornozeleira.

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