Coincidência

Domingo de manhã, desci para tomar café da manhã umas 9:15. Eu tinha que fazer o check out do hotel até meio dia e meu plano era tomar café até umas dez, depois tomar um banho de banheira, fazer a mochila e zarpar. Naquela tarde eu tinha combinado de encontrar uma amiga que mora em Berlim no bairro Mitte. Ela queria comer num restaurante japonês.

O hotel estava lotado e acho que todo mundo resolveu ir tomar café no mesmo horário. É um hotel grande, com mesas em dois salões. Eu dei duas voltas e não consegui achar um lugar pra mim. Então numa mesa alta perto do buffet tinha uma senhora alemã sozinha e eu pertuntei se poderia sentar com ela. Ela disse que sim.

Achei que seria como os dinamarqueses, que não conversam com ninguém, mas não foi assim. Ela puxou papo e acabamos que conversamos sobre um monte de coisas. Ela contou que veio para Copenhague no verão e a sua bicicleta foi roubada na frente do museu de arte moderna. Contou que foi para Berlim porque para eles é o feriado da unificação da Alemanha e ela aproveitou para tirar a semana de folga e visitar vários museus. Disse que vem de uma vila perto de Stuttgart, e eu contei que estive em Stuttgart visitando o museu da Mercedes Benz em 2004. Aí ela me contou que quando ela era pequena, o pai dela trabalhava pra Mercedes, e que eles podiam trocar de carro a cada dois anos através da empresa. Disse que o pai dela ficava doidinho com as crianças dentro do carro, porque o carro não podia ter um arranhão nem por dentro nem por fora na hora de trocar . Ela contou um monte de coisas interessantes. Aí eu disse que fui para Berlim para ver o festival de luzes. Eles comemoram 20 anos do festival e eu achava que seria especial.

Conversamos tanto, que chegou uma hora eu me toquei que não tinha perguntado o nome dela. Mas qual seu nome?

Cristiane.

Eu fiquei confusa e sem reação ao ouvir o meu nome. Meu cérebro estava tendando entender. Ela de certo achou que eu não tinha entendido e disse a frase toda: “O meu nome é Cristiane”.

E eu falei: “O meu nome é Cristiane”.

Você se chama Cristiane também? ela perguntou. Sim! Mas eu não tinha nem um documento comigo. Abri no celular o email da confirmação do hotel, dizendo Bem-vinda Cristiane.

Acabamos trocando número de telefone e umas mensagens de Whatsapp. Quem sabe manteremos contato.

Eu nunca antes tinha encontrado uma gringa com nome Cristiane. Na verdade, o nome dela tem H. Christiane. Mesmo assim. É muita coincidência. Tanta gente naquele salão e eu vou parar bem ao lado da minha xará.

Nisso, eu me toco que ficamos conversando tanto, que já eram 11 da manhã. Eu tinha que deixar o quarto meio dia! E eu que achava que teria tempo para um banho demorado de banheira. Que nada. Foi banho de gato. Fiz minha mochila correndo e fui para o parque Tiergarten que ficava no caminho para o restaurante japonês.

Bom, eu achava que o Tiergarten ficava no caminho e que eu estava caminhando para o lugar certo, mas 60 minutos antes do encontro descobri que eu caminhei 6 km na direção oposta do restaurante. Mas essa história eu conto outra hora.

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