Como mencionei no artigo anterior, ontem foi o dia da feijoada. Minha amiga Sônia convida para uma feijoada uma vez por ano. Eu, Teresa e Sônia: as três patotinhas.
Sônia sempre pede pra gente levar vinho e suco. Teresa se encarregou do vinho e eu fui caçar suco.
Na Dinamarca, nos supermercados, normalmente só vende suco de laranja ou multi-fruta, daqueles com 10 frutas dentro. Aí lembrei que aqui perto de casa tem um quiosque estrangeiro que vende suco de maracujá e suco de goiaba. Comprei um de cada. Também vi que eles tinham farinha de mandioca – proveniente de Gana na África – não é uma farinha fininha como a do mercado de Paranaguá, mas quebra um galho pra gente fazer uma farofa. Comprei um pacote. Custou o olho da cara.
Essas comprinhas eu fiz na sexta. A feijoada foi sábado.
Como eu já tinha comprado tudo que precisava, meu plano para o sábado de manhã era lavar as vidraças, fuçar no computador, tomar banho lá pelas 11 da manhã e sair de casa 12:30 para chegar na casa da Sônia no horário combinado.
Pra variar, abri os olhos seis e pouco da manhã, e vejo no celular uma mensagem de um amigo alemão. Ele tinha mandado a mensagem meia noite. Pode isso? Eu já estava no terceiro sono uma hora dessas.
A mensagem dizia que ele chegaria em Copenhague 7 da manhã e me perguntou se eu tinha planos para aquela manhã.
Eu com a maior preguiça e minha casa de pernas pro ar, como sempre. Eu não estava nem um pouco a fim de receber visitas, mas fiquei com pena dele, porque estava uma chuva, mas uma chuva, e ele nem teria para onde ir em Copenhague para passar o tempo.
Acabei pertuntando se ele queria vir para o meu apartamento e em vinte minutos eu fiz um milagre e dei uma ajeitada geral. Depois fui até a estação para encontrá-lo.
Ele desceu do trem com duas malas! E eu o fiz arrastar aquelas duas malas dentro de um supermercado, porque eu não tinha nada na geladeira pra receber visita.
Meu amigo e eu dançamos forró, fizemos pão de queijo, trocamos lista de músicas no Spotify, e ele tirou uma soneca longa enquanto eu fui tomar banho e me arrumar.
Ele me contou que veio para a Dinamarca para participar de um evento de acro yoga. Aí que me lembrei que ele faz isso quase todo ano. Lembro até a primeira vez que ele veio participar desse evento. Foi em 2020. Eu nem sabia o que era acro yoga, então ele me deu uma demonstração no meio do parque.

No final deu tudo certo nesse sábado, porque a casa da minha amiga era perto da estação de onde ele poderia tomar um trem para ir até o lugar do evento de acro yoga. E o horário do trem dele batia bem certinho com o horário que eu tinha que chegar na casa da Sônia. Foi perfeito.
E eu me diverti bastante na feijoada. Conversa boa, comida boa! E nós comemos muito. Nossa. Saí rolando de lá.
Na volta pra casa tinha uma criança estranha dentro do ônibus num assento perto de mim. Eu não queria olhar o tempo todo, mas com o canto do olho eu via que a mãe daquela criança usava muita energia tentando acalmar a menina e fazê-a parar de gritar. Parecia ser uma criança de uns 6 anos e eu fiquei na dúvida se era uma criança com autismo ou se era algum retardamento mental. São 18 minutos de ônibus até a minha parada. Mas eu não estava mais aguentando aquela criança, e saltei do ônibus antes do meu ponto e fui caminhando o resto do caminho.
Ainda bem que no domingo anterior eu comprei uma jaqueta boa de chuva, porque tomei um toró. Minha calça e calçado ficaram encharcados.
E você, curte uma feijoada? Ainda é costume restaurantes servir feijoada nas quartas e nos sábados?