Virada

Eu escrevi dois dias atrás que estava precisando de intervenção divina para mudar a energia dessa viagem.

Eu queria fazer o passeio da praia Galdana, mas só tem um ônibus para ir 9:30 da manhã saindo de Mahon e um ônibus para voltar 16:50.

Meu hotel fica na vila Es Castell a 3 km de distância de Mahon. Para chegar em lá a tempo, eu achava que teria que pegar o ônibus das 8:35 e esperar na rodoviária de Mahon por 45 minutos. Isso não me animava e seria bem cansativo.

Tem outro ônibus saindo de Es Castell 9:10 da manhã com previsão de chegar em Mahon 9:20, mas e se atrasar? Três dias atrás o ônibus atrasou mais de 10 minutos. Se isso acontecer, lá se vai a chance de ir pra Galdana. Arriscado demais.

E aquela ventania me desanimando.

Fui dormir desmotivada e decidi deixar o destino me guiar. Desliguei o despertador e coloquei tudo nas mãos do universo.

Santo universo…

Ontem acordei naturalmente 7 da manhã me sentindo revigorada. Tomei banho sem pressa. Tomei meu café da manhã reforçado com calma e fui pro quarto 8:40. Resolvi colocar um biquíni na mochila e calculei que horas sair do hotel para pegar o ônibus das 9:10. Começou a chuviscar bem na hora que sai do hotel mas vi parte de um arco-íris.

Caminhei dez minutinhos debaixo de chuva. Uns pedreiros mexeram comigo. Cheguei no ponto e dava para ver o arco-íris inteiro. Eu adoro observar arco-íris. Vi um no meu último dia na os Alpes franceses e agora um aqui.

Para minha surpresa, o ônibus chegou com 5 minutos de antecedência. D

Até todos os passageiros entrarem e pagarem passagem, demorou um pouquinho, mas o ônibus saiu no horário certinho, 9:10 da manhã. Chegou em Mahon 9:18.

Eu não esperava por essa. Foi perfeito e deu tempo de pegar o busão para Cala Galdana as 9:30.

Uma hora de viagem.

Cheguei em Galdana, que fica no sul da ilha, e lá não tinha vento. Outra bela surpresa. O tempo estava lindo. Maior sol.

Praia de areia branquinha e fininha. Água cristalina. Uns peixinhos nadando na beira da praia. Mas muita gente. Praia abarrotada.

Liguei o AllTrails no celular para me guiar e fui fazer a trilha. 11 km, mas acabei andando 13 km porque desviei duas vezes para ir nuns miradores.

Praia Cala Mitjana

O aplicativo dizia que demora em média 3 horas e 2 minutos para completar essa trilha. Eu fiz a trilha em 4 horas e 45 minutos (sem contar as paradas para descanso – no total eu usei 5 horas e 28 minutos).

Eu queria ter feito mais pausas para descansar as pernas e entrar no mar. Aquela cor verde da água estava me chamando. Como a água estava gelada, quando batia o vento, eu achava que ia morrer de frio. Então fiquei enrolando e deixei para entrar no mar no final da trilha, na última praia, antes de fazer o retorno.

Passei por 5 praias diferentes. Três delas com areia branca e fina. Mas as duas últimas praias não tinham areia. Era só pedra. Não tive coragem de entrar no mar ali porque achava que ia machucar o pé. Aí tive que repensar minha estratégia de banho de mar, e resolvi que ia tomar banho de mar em Trebalúger, que era a terceira praia com areia lá não tinha muita gente.

Cala Escorxada

Porque eu tinha acreditado no AllTrails e achava que seria uma caminhada de somente 3 horas, eu não tinha trazido nada para comer na mochila. Tomei café da manhã 8 horas e só comi novamente as 18 horas durante a pausa para trocar de ônibus em Mahon. Eu vou te contar, depois de caminhar por 5 horas, eu estava com a maior fome! E sede, pois eu levei 1,5L de água e deveria ter levado 2 litros.

Foi muito bom caminhar. Bati papo em francês, em italiano, em inglês e em espanhol. É nessas horas que vale a pena o meu investimento em aprender idiomas. Adoro essas pequenas conversas com o pessoal durante minhas viagens.

Olha, eu passei por uns apertos nessa caminhada. Era muito rochedo e em alguns lugares eu estava completamente sozinha. Eu pensava: vou bem devagar, porque se acontecer algo comigo aqui, ferrou. Não é a toa que levei tantas horas pra completar a trilha.

Naquela praia chamada Trebalúger, eu perdi uns 25 minutos ali na Rocha tanto na ida quanto na volta. Ali tinha que descer da rocha direto na água e caminhar pelo mar por uns 10 metros, porque não tinha outra opção. As  resenhas no AllTrails diziam que muita gente desistiu da caminhada justamente naquele lugar e deram meia-volta. Eu estava prestes a fazer o mesmo, confesso.

Fiquei observando por uns 10 minutos e vendo o nível de dificuldade para descer a rocha. Então vi um casal espanhol descer sem problemas. Me enchi de coragem e fui lá perto ver o que eles tinham feito de diferente. Foi aí que um outro casal espanhol olhou pra mim e disse: a gente te ajuda. Tirei os sapatos, puxei a calça legging pra cima do joelho, pendurei a bota de caminhada na mochila e o cara me segurou para eu descer o último metro até conseguir colocar o pé no chão.

Naquele horário a água dava no joelho, mas sabe a mentalidade de brasileiro, a gente pensa na maré. Perguntei pra eles quando a maré estivesse alta, onde a água bateria no corpo. Com muita tranquilidade eles me explicaram que o mar Mediterraneo não tem maré da mesma forma que os oceanos. Que a altura da água seria a mesma.

Beleza então. E não pensei mais nisso. Descer aquilo foi um Deus nos acuta, só quero ver subir isso na hora de ir embora.

O resto da trilha, andando sobre uns rochedos, parecia que eu estava andando no solo da Lua. Juro. Se não fosse o sol e o mar, eu pensaria num solo cinzento lunar.

Lindas paisagens. No entanto, como eu comentei, as praias daqui pra frente só tinham pedras. Mesmo assim o povo de Kaiak ia até lá ficar tostando no sol e fazer snorquel. Imagino que dá pra ver muito peixinho ali.

Na volta, quando retornei pra Cala Trebalúger onde eu ia tomar banho de mar, as coisas tinham mudado completamente de figura. A praia estava lotada e havia bastante nudista ali. Parei ao lado de um grupo de mulheres peladas e estava prestes a tirar minha roupa e colocar um biquíni. E não é que começo o strip tease e um casal de ingleses com quem puxei papo de manhã vieram conversar comigo? Perdi o rebolado e parei de tirar minha roupa.

Eu lembro que puxei papo com eles numa escalada de pedras. A gente estava sofrendo para subir e eu falei para eles que ali era o começo pra mim, que eu tinha planos de caminhar 10 km. De tarde, eles me reconheceram e perguntaram se eu tinha conseguido caminhar 10K.

Siiim! Eu já tinha caminhado 10.5, mas ainda me faltavam uns 3 km para voltar para Galdana.

Já eram 15:30. O tempo estava passando rápido e o único ônibus saia 16:50.

Eles foram embora, eu troquei de roupa. Coloquei o biquini e uma blusa de neopreno por cima (água gelada, né!). Mas foi eu terminar de me arrumar para entrar no mar que veio um vento e uma nuvem preta cobriu tudo. Ficou mó frio de repente. Aí desisti e fui pro rochedo. Pra subir precisei ajuda de 2 casais diferentes. Tiveram literalmente que me puxar. Perdi mais 25 minutos só pra subir os 5 metros de rocha. 

A rocha

Fiz o resto da caminhada meio que com pressa, por causa do horário do ônibus. Que ironia. Eu achava que ia terminar a caminhada umas 2 da tarde e que ia ficar entediada esperando por esse ônibus até 16:50 da tarde. Não foi assim.

Cheguei em Galdana 16:25. Joguei tudo na areia e entrei no mar por 5 minutinhos somente porque eu precisava fazer um pipi e não tinha tempo de ficar caçando banheiro.

Os peixinhos, aquela água gelada, umas gringas olhando pra mim (porque eu entrei com tudo na água) e dizendo que a água está gelada. Eu sei! Senti quando a água entrou embaixo da blusa de neopreno.

Saí daquela água e fui para o ponto do ônibus.

Cheguei 5 minutos antes do ônibus encostar. Só eu no ponto. Aproveitei e tirei a roupa molhada e vesti uma roupa seca. Lembrei que o ônibus tinha poltronas de estofado e eu tinha medo de que se o cobrador visse que eu estava toda molhada, não me deixaria entrar no ônibus. 

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Mexicanos

Esse ano encontrei dois mexicanos nas minhas viagens. Um deles foi no hotel em Bratislava em abril. Ele estava preparando os omeletes no restaurante do hotel para o café da manhã.

Muito simpático e brincalhão, me passou a maior cantada.

Deixei pra lá. Não me interessou.

Aqui na Menorca, no jantar do hotel, o rapaz fazendo as carnes também é mexicano.

Jantei no hotel somente duas vezes. Na primeira vez, eu estava pegando uma paelha e disse para ele a paelha estava com uma cara boa, que “está bela”.

Ele disse: Brasileira?

Eu: Como você sabe?

Ele: porque em espanhol se diz “rica”, “está rica”.

Aprendi algo novo. Daí ele me disse que é mexicano.

Isso foi uns três dias atrás.

Ontem jantei no hotel novamente. Eu com a maior vontade de comer um bifinho, fui até ele e pedi para fazer mal passado. Eu disse: mal hecha.

Ele riu e disse que “mal hecha” seria se ele jogasse a carne no chão e pisasse em cima dela. Aí eu ri.

Ele me explicou que em espanhol se diz “poco hecha”, ou seja, pouco passada. Aprendi mais uma coisa.

Na hora de colocar a carne no meu prato, ele me mostrou o ponto da carne e eu disse que estava “perfecta”.

Ele respondeu: perfecta eres tu.

Eu ri. Até a velhinha gringa do meu lado riu.

Esses mexicanos!

Eu já não estou acostumada com essas cantadas. Na Dinamarca, Suécia, Alemanha, Inglaterra, não se faz dessas coisas.

Nesses países, nem mesmo os pedreiros mexem com as moças passando na rua.

Nesses países não, porém aqui na Menorca ontem, um pedreiro mexeu comigo quando eu passei na frente de uma obra. Eu demorei pra me ligar, pois faz uns 20 anos que não escutava alguém mexer comigo. Eu olhei para ele lá em cimão e sorri. Aí sim que ele começou a fazer uma serenata. Rsrsrs

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Finados

No terceiro dia de caminhada estava um nevoeiro denso de manhã cedo até umas duas da tarde. Essa foi a caminhada mais difícil que fizemos. Duas horas e meia de subida até o lago Lac Blanc. O triste foi fazer todo o esforço para subir e não poder ver nada, pois estava tudo encoberto.

Eu sentei na frente do lago e comi meu sanduíche. O resto do pessoal foi na casinha do refúgio tentar comprar algo quente para beber. Vinte minutos mais tarde eles voltaram de mãos abanando. Disseram que tinha tanta fila, que não daria tempo para pegar a bebida.

Nosso guia explicou que os refúgios são abastecidos com helicópteros.

No meio da tarde o tempo começou a abrir e finalmente tivemos uma tarde ensolarada. Quando está nublado nas montanhas, faz o maior frio, mas assim que o sol aparece, a sensação muda radicalmente. O sol apareceu e foi um tal de tirar roupa, achar óculos de sol, chapéu, passar filtro solar, e tirar muitas fotos, porque esse  foi a única oportunidade de tirar boas fotos das montanhas. 

Quando o sol apareceu, vieram varios helicópteros. Não parava o barulho e muitas vezes a gente escutava mas não dava para ver onde o helicóptero estava sobrevoando.

Cheguei a me perguntar quando será que vai parar essa barulheira. Até então eu achava que estavam abastecendo os refúgios.

No dia seguinte veio a notícia de que os helicópteros estavam recolhendo os corpos de 4 turistas. Dois italianos e dois sul coreanos que estavam aguardando por socorro fazia 3 dias e morreram de exaustão pela hipotermia.

Achei isso triste, e não entendi como eles estavam esperando resgate há três dias. Três dias antes era sábado e estava um sol maravilhoso. Foi o dia que eu cheguei e fiquei tostando na sacada, lembra? Como que o resgate não conseguiu chegar neles com um sol daqueles? Eu sei que depois disso o tempo virou feio, mas se eles pediram resgate no sábado, porque não agilizaram as coisas? No domingo de manhã o tempo ainda estava mais ou menos e conseguiram resgatar um outro casal sul coreano. Fico imaginando em que canto da montanha esses quatro se enfiaram que o resgate não conseguia chegar neles. E que desespero. Três dias e três noites esperando.

No dia que fiquei sabendo dessas quatro mortes, eu comecei a receber mensagens de gente que mora na Dinmarca e queria saber se eu estava bem e me mandando ser cuidadosa. Calhou que nesse mesmo dia, um cidadão dinamarquês morreu no Mont Blanc. Os jornais disseram que se tratava de um homem de 60 anos de idade e ele caiu de uma área chamada ninho d’águia.

Curiosamente, bem nesse dia, o meu grupo fez uma caminhada e eu tirei uma foto com o ninho d’águia bem atrás de mim. O guia estava explicando que o ninho fica ao lado da geleira e é uma área muito íngreme, e que, se não me engano, o trem vai até lá perto. O Dina que foi fazer caminhada lá estava completamente sem noção do perigo.

Então, tia Cris passa 5 dias caminhando no Mont Blanc e 5 mortes acontecem no mesmo período. Coincidência ou será que a onda de infortúnio está se alastrando? 

Ninho d’águia
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Desafortunadamente

Não sei se você leu o artigo Infortúnio que escrevi dia 13 de junho.

Eu comentei que esse ano estou passando por uma maré de má sorte com minhas férias e estava com medo que a tão esperadas férias de verão seriam afetadas também.

Pois é…

Vou desabafar. Sei que para muitos o que vou escrever é problema de luxo, mas para mim não é. Pense no quanto eu detesto a minha vida na Dinamarca. Detesto aquele país, o clima, os dinamarqueses, o meu trabalho, o meus vizinhos, tudo… A única coisa que gosto é o salário que me proporciona poder fugir de tudo aquilo por 6 semanas ao ano. Seis semaninhas para sumir e tentar ser feliz por uns dias.

Eu queria muito que minhas férias de verão tivessem incluído sol, calor, belas paisagens, belo mar, boa comida, gente bacana. Mas não está sendo assim.

Estou em Menorca e estou entediada, cansada, e desmotivada. E ainda faltam cinco dias para eu poder voltar pra casa.

Estou cansada, não só porque o meu trabalho na Dinamarca tem me consumido todas as energias, mas também porque minhas férias começaram com um passeio de trilhas nos Alpes que foi bem cansativo. Cansa acordar todo dia 6 da manhã depois de várias noites mal dormidas e fazer tudo correndo para:

  • Tomar café 7 em ponto
  • Preparar a lancheira as 7:45
  • Estar pronta, linda e sorridente para sair com o grupo 8:10
  • Pegar dois ônibus lotadérrimos até o início da trilha
  • Fazer trilha sentindo dor de barriga (e engraçado, vontade de ir ao banheiro dava o tempo todo quando estava caminhando, mas era só ver um vaso sanitário que o intestino se negava funcionar)

Eu adoro o sobe e desce montanha para ver a paisagem. Mas que paisagem que vi? Estava tudo encoberto por nevoeiro ou nuvens a maior parte do tempo. E parece que cansa mais quando está fazendo frio e chuva. Não dava nem para fazer uma boa pausa e recuperar as energias, porque o corpo esfriava rápido e havia risco de ficarmos doentes. Então foram muito poucas pausas nas caminhadas.

Depois de passar frio o dia todo, a gente quer voltar para um hotel quentinho, mas o meu quarto estava uma friagem só. O hotel se recusou a ligar o aquecimento porque “estava muito cedo, estamos somente em setembro”, disse a recepcionista. Sim, eu sei que está cedo, mas normalmente em setembro faz 20 graus porém hoje está 2 graus e nevando! Não ligaram os aquecedores. Passei frio de verdade.

Esse passeio de trilhas incluía um dia de folga. A sugestão era ver o interior da geleira (um lugar chamado mer de glace) e pegar o teleférico mais alto da Europa e subir até o topo da montanha (4000 metros de altura). Porém estava tão frio, que eu não tinha vontade de ir a lugar nenhum. Estava 13 graus abaixo de zero no topo da montanha. Eu trouxe roupa adequada para temperatura até uns 8 graus (acima de zero!). Além do mais, estava muito nublado. Pagar 70 euros, que é bem caro, para subir até o topo da montanha passar frio e não ver nada? Não vou. Posso ver as fotos no Google.

No meu dia de folga eu fiquei no hotel, mas não fiquei naquele meu quarto gelado. Fui para a área da piscina aquecida, pois lá estava quentinho. Fiquei sentada na beira da piscina lendo um livro por umas 3 horas. Depois fui pro mercado comprar um conhaque e tomei uns goles quando voltei no quarto. Bebida forte assim ajuda a esquentar. Enchi a banheira de água bem quente e fiquei de molho um tempão para esquentar o corpo.

E assim foram minhas férias de verão na França: passando frio e cansaço. Nada disso estava nos meus planos.

E também passei alguma irritação. Eu comentei que parte do meu grupo eram americanos e, se eu puder ser honesta, eles são um saco de aguentar. Povo que não cala a boca um minuto e falam bem alto com uma voz estridente. Aturar eles por uma semana foi um desgaste.

Eu mal via a hora de ir embora dos Alpes e vir para Menorca, achando que aqui estaria sol e calor.

Está sol, sim, mas uma ventania sem fim. Não dá vontade de sair do hotel.

Ontem tomei um ônibus e fui para Mahon, a capital da ilha, que fica 3 km de distância. Achei que passaria a tarde lá, mas depois de duas horas caminhando, eu estava entediada. A cidade histórica é pequenininha e me lembrou Paranaguá. Um mercado, umas igrejas, imagem de santo, ruas de paralelepípedo, umas ladeiras descendo para a rua da praia.

A área portuária em Mahon é mais feia que a área portuária da vila onde estou hospedada. Achei que não estava valendo a pena passear em Mahon e peguei o ônibus para voltar.

Chegando na minha vila, vi placas indicando o Forte Marlborough (parece até nome de marca de cigarro). É uma fortificação construída pelos ingleses no período que eles dominaram a ilha. Parece que esse forte foi escavado nas rochas e custa somente 3 euros para entrar. Achei que seria um lugar interessante para visitar e eram somente 2 km de caminhada até lá. Beleza. Fui.

Cheguei 15:30 para descobrir que o horário de funcionamento era até 14:45. Quem fecha um museu nesse horário? A maioria dos museus no mundo ficam abertos até 17 horas. A que horas fecha o museu dos jesuítas aí em Paranaguá?

Fiquei de cara. Caminhei 2 km por uma área árida cheia de vacas mugindo pra mim para achar o museu fechado? Ô meu pai, dá-me paciência. Nem preciso dizer que caminhei os 2 km de volta de mau humor e cada pernilongo que tentava me picar levava uma porrada com toda a fúria do meu ser.

De volta ao hotel, conversei um pouco com a recepcionista que me indicou descer até a praia Cala Galdana que fica no sul da ilha e fazer umas caminhadas por lá. As fotos na Internet da praia Galdana e das praias adjacentes estão maravilhosas. E eu estou precisando de algo maravilhoso na minha vida. Fiz toda o planejamento, porque só tem um ônibus saindo 9:30 de Mahon para Cala Galdana e somente um ônibus que volta, as 16:50.

Fiz minha mochila, deixei tudo preparadinho e fui dormir.

Hoje de manhã quando acordei, vi que o vento piorou muito. A ventania combinado com umas resenhas que li na Internet sobre as condições da trilha nessa área, me fizeram perder o tesão.

Várias resenhas recentes disseram que tem lugar rochoso perigoso e que parte da trilha está coberta pelo mar – para atravessar, a água vem na altura da barriga. Isso me desanimou de verdade. E agora?  O que eu vou fazer para passar o tempo até a hora de ir embora?

Eu poderia pegar dois ônibus e gastar 90 minutos para ir até a cidade Ciutadella, lá do outro lado da ilha, mas não estou animando. Já pensou se for uma experiência como Mahon, onde fiquei entediada depois de 2 horas de passeio? Gastar 3 horas de transporte e não curtir?

Eu escrevi no início desse artigo que estou entediada, cansada, e desmotivada.  Pelo visto, preciso adicionar “pessimista”. Acho que preciso de uma intervenção divina para mudar essa energia e levantar a bunda do sofá.

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Modos

De vez em quando eu fico admirada das diferenças culturais entre países.

No Brasil, quando se está resfriado, a gente não assoa o nariz quando se está na mesa fazendo uma refeição. Se fizer, se faz descretamente.

No Japão não se assoa o nariz em público nunca. Nunca. Para eles o educado é ficar num funga funga o dia inteiro. Eles mesmo dizem: puxar pra dentro, sim, para fora, nunca.

Aff, trabalhar do lado de um cidadão que fica fungando o nariz o dia todo dá nos nervos. Vai no banheiro assoar esse nariz!

Aqui na Europa, pelo menos na Dinamarca, é normal e aceitavel assoar o nariz em qualquer lugar.

Mas não é aquela assoada discreta. É daquelas que se vê em desenho animado onde faz barulho, o lenço levanta voo e parece que o ranho se espalha pra todo lado. 

Foi assim hoje no café da manhã. Umas francesas na mesa ao meu lado, assoando o nariz o tempo todo. Perdi até o apetite.

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Voyeur

Povo estranho que gosta de observar os outros…

Estou sentadinha no meu quarto, com as pernas pra cima, comendo um iogurte de coco e apreciando a vista. Apreciando de dentro do quarto, porque está uma ventania do capeta lá fora e não tenho coragem de abrir a porta da sacada.

Estou toda compenetrada no meu iogurte quando veio aquela sensação de que alguém está me olhando.

Dito e feito. Levantei o olhar e vi um cara no quarto andar me observando.

Eu não saí do meu lugar. Fingi que não estava incomodada. Isso foi em torno das 17:30.

São 19:30 e o povo daquele quarto não se cansa de vir na janela observar. Tive que tirar um foto, porque a mulher está de binóculos!

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Despreparo

Eu descrevi uns dias atrás que a primeira trilha com o grupo nos Alpes seria a trilha do dia 6. O nosso guia trocou todo o itinerário por causa do tempo e das gôndolas e teleféricos fechando antes do previsto.

A caminhada começou com temperatura de 12 graus. Até aí beleza. Eu estava preparada para até 8 graus. O que me preocupava era se o tornozelo ia aguentar.

Porém o tornozelo foi a minha última preocupação nesse dia.

Uns 200 metros depois de sairmos da gôndola, a australiana que tinha nascido na Suíça (nome dela é Esther) começou a sentir falta de ar. Eu era a última do grupo, bem lá atrás, mas quando ela parou para recuperar a respiração eu fiquei preocupada. Ela disse que o caminho estava muito inclinado. Foi aí que eu percebi que ela não conseguiria fazer nenhuma das caminhadas. Aqueles 200 metros estavam no plano. A gente não tinha subido nada ainda e mais tarde teríamos que subir 400 metros em rochas. Sem nenhum preparo físico fica praticamente impossível acompanhar um grupo numa subida dessas. Ela não estava conseguindo acompanhar no plano.

Eu vi tudo. Ela ia atrasar a gente demais e a previsão era que iria começar a chover pesado dali a uns 80 minutos.

Por sorte, depois da planície teve uma descida. O guia percebeu que Esther estava devagar demais, mas ele só falou para ela não perder tanto tempo recuperando o fôlego, e voltou lá pra frente do grupo. Eu continuei andando atrás dela. Foi aí que ela disse: “eu não estou conseguindo me equilibrar” e começou a despender para o lado direito do corpo.

Eu segurei na mochila dela e disse: eu estou te segurando. Não se preocupe. E fui descendo grudada nela, segurando para ela não cair.

Estávamos andando tão devagar, que todo mundo já tinha saído de vista. O guia voltou e aí ele percebeu que algo não estava bem. E ele passou a segurar Esther pelo braço.

Chegamos numa junção onde o resto do grupo estava esperando fazia 40 minutos, coitados, passando frio. Passou um carro e o guia pediu para o carro levá-la de volta para a gôndola. Outras australianas foram junto.

No final do dia vem uma foto. Esther estava no hospital. Passou a noite lá. Ela tinha sofrido um pequeno derrame. Olha que perigo.

O médico falou que ela não poderia ir em altitude ou fazer as caminhadas. Entao Esther não fez nenhum dos passeios conosco.

A boa notícia é que eu consegui fazer todas as trilhas, até mesmo a de 17 km, e o meu tornozelo não reclamou.

Quem reclamou foi o quadriceps da perna esquerda. Acho que para proteger o tornozelo direito, eu estava usando demais a perna esquerda. Chegou uma hora, numa descidona, que o músculo disse assim pra mim: ou você começa a usar a outra perna, ou amanhã eu faço greve!

Nesse dia que a perna reclamou, foi a trilha mais difícil de toda a viagem. Mas isso eu conto outra hora… Viagem cheia de emoções essa.

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Zucas

Eita mundo pequeno. Estava achando uma baita coincidência encontrar brazucas na pequenina vila de Les Houches nos Alpes franceses…

De lá eu vim direto para a ilha Menorca na Espanha. Achava que meu hotel ficava na capital da ilha. Ledo engano. Meu hotel fica numa pequena vila de pescadores a 3 km de distância de Mahon, a capital.

No meu primeiro dia, fazendo um reconhecimento do local, escuto uns brasileiros sentados num bar, tomando todas e contando os casos e acasos da vida. Eu ia mexer com eles, mas quando escutei a narração da história, pensei, melhor não. Muito dramática essa narração.

Voltei para o meu hotel e umas três horas mais tarde eu estava caçando um lugar para jantar. Voltei lá na beira mar e quem vejo andando na minha direção? Os brazucas. Trêbados, caminhando meio tontos na minha direção.

Eu ia fingir que não estava vendo, mas quando eles começaram a falar muita baixaria super alto, eu (que até então estava fingindo ler um cardápio) me virei e disse: vocês estão achando que ninguém está entendendo?

Eles riram e o cara disse: Sabe qual é o problema do brasileiro? É encontrar outros brasileiros.

Eu ri.

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Mundo pequeno

Desci até o bar do hotel para encontrar o resto do grupo. Cheguei cedo e não tinha ninguém ainda.

No jardim escuto quatro pessoas falando português do Brasil. Fui brincar com eles dizendo que brasileiro é uma praga que a gente acha em qualquer lugar, até mesmo num vilarejo no meio do nada na França. 

Pois eles me contaram um pouco da agência de viagens com quem estão fazendo o passeio. Chama Latitude 51. Notei que o estilo deles lembra bastante o estilo de viagens que a Explore organiza. A diferença é que a Latitude é somente para brasileiros. Achei interessante, anotei o nome e fiquei de pesquisar.

Então vejo o guia do meu grupo chegar e fui lá me apresentar. Assim como ano passado, eu tinha essa ideia de que o guia seria uma pessoa local, mas o cara é da Inglaterra  porém mora na França há dez anos.

Por causa da previsão do tempo, de muita chuva e neve, e o fato de que um dos teleféricos vai parar de funcionar na segunda-feira, o nosso guia resolveu trocar todo o roteiro. Ao invés de começarmos com a caminhada do dia um, que era uma caminhada mais suave, começaremos com a caminhada número 6, que vai ser pauleira. Só quero ver o que o tornozelo vai dizer no final do dia.

A idade média do grupo, novamente, está  na faixa de 65 anos. Parece que só os aposentados gostam de viajar. Eu sou a mais nova do grupo.

Somos 15 pessoas contando o guia. Achei que a maioria seria da Grã Bretanha (como foi na minha primeira viagem em 2022) mas só duas pessoas são de Londres. O resto veio de longe. Bem longe. Seis mulheres vieram da Austrália. Cinco vieram dos Estados Unidos. Simpáticos eles.

Mas olha o mundo pequeno… Uma das que vieram da Austrália, ela é nascida na Suécia e ambos seus pais são dinamarqueses. A mãe dela morava em Valby, um bairro em Copenhague onde eu morei por 4 anos. Ela fala sueco e entende dinamarquês. Nós conversamos um pouco juntas, ela falando sueco é eu respondendo em dinamarquês, claro.

Uma outra mulher que veio da Austrália, ela nasceu na Suíça. Então eu falei que eu tenho amigos em Biel. Ela abriu um sorriso e me disse que essa é a cidade do pai dela.

Parece pouco, mas essas pequenas coincidências fizeram com que eu me sentisse bem perto delas e fui carinhosamente acolhida no grupo delas.

Durante o jantar eu tentei conversar com  todo mundo ao meu redor.

Engraçado, quando eu estou de férias e viajando, ou sou bem menos introvertida do que no meu dia a dia.

Eu estava terminando minha sobremesa quando as brasileiras com quem eu puxei papo antes vieram falar comigo. Elas trouxeram com elas o guia do grupo que é o dono da empresa Latitude 51 e organiza os passeios. Ele pediu meu WhatsApp e já entramos em contato.

Se ele enviar uns roteiros legais, é capaz que eu faça um passeio com eles no ano que vem.

Estou indo dormir e estou com a energia lá no alto. Foi um dia bem tranquilo e muito bom.

Acho que essas férias serão boas e esse será um bom passeio no Mont Blanc, apesar de São Pedro não estar colaborando.

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Deu partida

Finalmente, setembro chegou e as minhas férias de verão se iniciam.

As últimas duas semanas no trabalho foram bem puxadas e eu sei que um novo projeto me aguarda quando eu voltar dia 23. Então tenho que aproveitar agora para descansar e também para ver e fazer umas coisas diferentes do meu cotidiano.

Serão duas semanas somente. Uma semana nas montanhas e uma semana na praia.

Cheguei ontem onze e meia da noite em Genebra, Suíça. Foi só uma pernoite pertinho do aeroporto. Achei que o hotel era bem na frente do aeroporto, mas a escala nos mapas online enganam. Foi uma boa caminhada de 15 minutos até lá. De noite, no escuro. Mas foi tudo certo.

De manhã, 7 de setembro, enquanto o Brasil comemora o dia da independência, a tia Cris comemora que um dia de sol se inicia.

A caminho do aeroporto para pegar o Flixbus, vi algo muito interessante. Um ônibus local parou no ponto na minha frente e uma garra subiu do teto do ônibus até um encaixe em cima do ponto. Parecia coisa de filme de ficção científica. Logo imaginei que era para recarregar o ônibus, que é elétrico.

Na Dinamarca, os trens são elétricos mas eles andam conectados nos fios acima dos trilhos. Esse ônibus não estava conectado em nenhum fio. Simplesmente parou no ponto, e enquanto os passageiros subiam e desciam, o ônibus recarregava. Achei muito interessante. E vi que nem todo ponto tem o recarregador. Fico imaginando quanto tempo dura uma recarga rápida dessas. Enfim… Suíça é muito moderna.

Tomei o Flixbus até Chamonix na França e bati um pouco de papo com o cidadão do meu lado. Um americano de meia idade que mora na Flórida. Ele queria se fazer de bom conhecedor, mas só deu bola fora, perguntando se minha língua materna é espanhol, que idioma se fala na Dinamarca, se na Dinamarca a moeda local é libra esterlina. Aff.

Todo mundo andando de shorts e camiseta na rua, e dentro do ônibus o maior frio de ar condicionado. Eu estava de camiseta, blusa de lã, jaqueta térmica e jaqueta de esquiar por cima, e ainda estava com frio!

De Chamonix eu tinha que dar um jeito de chegar na vila ao lado: Les Houches. Eu achava que poderia explorar um pouco Chamonix, mas quando vi que só tinha ônibus de meia em meia hora e o próximo já estava no ponto, eu deixei Chamonix pra lá. Fui direto pro hotel.

Estou dando a maior sorte com os hotéis esse mês. Fim de semana passado eu dormi uma noite em Malmö e fiquei num hotel com uma vista linda da cidade. Me colocaram no 14 andar.

Malmö

Aqui no hotel em Les Houches, me deram um quarto de esquina com sacada e vista para as montanhas.

Estou tostando no sol enquanto escrevo essa mensagem. Aproveitar hoje, porque a previsão é de neve e chuva nos próximos dias. A temperatura aqui na planície está hiper agradável. Deve estar uns 27 graus. Mas eu sei que quando for fazer caminhadas em 1800 e 2200 metros de altura, a temperatura será de dez graus.

Também estou me preparando psicologicamente para o dia que eu for subir até o ponto mais alto, 4000 metros de altura. A previsão é de 3 graus negativos e eu não trouxe roupa para frio intenso. O jeito será vestir todas as minhas blusas nesse dia. Ainda bem que me lembrei de trazer luva!

Mais tarde, às seis da tarde, vou encontrar o grupo com quem passarei os próximos 6 dias. É uma viagem organizada pela Explore. Minha terceira viagem com eles. Tomara que seja um grupo bem legal, como o grupo com quem eu viajei no Japão.

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Repeteco

E a história se repete. Esse esquilo quer pular na minha cama.

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Christiania

Sábado eu convidei a Lena para explorar Copenhague.

Ela mora na Suécia mas vem trabalhar na Dinamarca quatro vezes por semana.

Eu reparei que quando o povo vem pros lados de cá só pra trabalhar, eles sempre saem correndo do trabalho pra casa e raramente usam tempo para passear e conhecer a cidade.

Estava um sol bonito, e eu perguntei se ela queria visitar o Reffen. Reffen é uma área meio longe, mas bem legal, cheia de barraquinhas de comida de vários países, música ao vivo, cadeiras na beira do mar. É um lugar legal para relaxar. 

Tentamos ir para o Reffen 4 vezes no sábado.

Uma das maneiras de chegar lá é pegar o ônibus aquático.

Esperamos por 15 minutos e a fila  de gente foi crescendo. Acho que havia umas 50 pessoas na fila atrás de nós e uns 10 na frente. Pois não é que quando o barco atracou, desceram cinco ou seis pessoas e o comandante só deixou embarcar seis pessoas? Ele deixou uma multidão pra trás, mesmo tendo espaço de sobra no convés do barco.

Lena e eu nos entreolhamos. Eu fiquei de cara. Como eu nunca tinha pegado esse ônibus aquático antes, eu não sabia que podiam fazer uma dessas. Achei um absurdo. Se eu fosse o comandante, teria colocado um monte de gente naquele convés.

O próximo barco viria em 30 minutos e achamos que era tempo demais para ficar esperando. E a gente nem sabia se nos deixariam entrar no próximo barco.

Fomos tomar um sorvete de abacaxi e na frente da sorveteria eu vi duas bicicletas do Donkey Republic estacionadas juntas. Quando isso acontece, dá para alugar as duas bicicletas juntas. Logo pensei: vamos de bicicleta!

Entrei no aplicativo, escolhi as duas magrelas, e fui ver se valeria mais a pena pagar por tempo de uso ou se eu pegava o pacote de 6 horas. Nesses dois minutos, enquanto eu olhava e comparava os preços, acredita que outra pessoa alugou uma das bicicletas e aí perdemos a oportunidade de alugar duas? Não acreditei. Dois minutos!

Tentei olhar no mapa para ver se ali por perto tinha duas bicicletas juntas disponíveis, mas nada. E lá se foi a oportunidade de ir de bicicleta.

Olhei então como chegar no Reffen de ônibus. Eu sabia que o ônibus 2A vai pra lá. Achei estranho que o Google estava me mandando dar a maior volta para tomar o ônibus. Não entendia, pois eu sabia que era só atravessar a ponte (aquela do lado dos prédios em forma de triângulo) e tinha um ponto logo ali perto.

Atravessamos a ponte e quando chegamos no ponto tinha uma placa dizendo que o ponto tinha sido desativado. Hmm, aí entendi Google.

Resolvemos então andar para o próximo ponto onde havia umas pessoas esperando. Ficamos ali de pé uns 5 minutos e achei estranho, porque o Google tinha dito que o ônibus viria rápido. Então Lena vai ver do outro lado do ponto, e achou outra daquelas placas dizendo que o ponto tinha sido desativado.

Rimos.

Olhei pra ela e disse: acho que isso é um sinal que a gente não deve ir para o Reffen hoje.

Como estávamos perto da entrada da Christiania, e Lena disse que nunca esteve lá, resolvemos que passaríamos a tarde em Christiania.

Agora que a polícia fechou a pusher street, onde vendia drogas, eu imaginei que seria mais tranquilo andar por lá. Ainda tem cheiro de maconha por tudo. Então o povo, mesmo não podendo comprar baseado na Christiania, eles trazem de casa, pelo jeito.

Christiania em Copenhague

Christiania é enorme. Visitamos somente a área principal com os restaurantes. Comemos uma sopinha num restaurante hippie e deitamos ali um pouco para descansar. Depois fizemos uma caminhada ao redor do lago.

Foi bem legal.

Na hora de ir embora, caminhamos até a estação central e passamos na frente do ponto do ônibus 2A. Tinha uma multidão esperando pelo ônibus biarticulado. Pelo visto, Reffen estava abarrotado de gente naquele dia.

Ainda bem que não fomos. Nem eu nem ela gostamos de lugares cheio assim.

Na estação central eu peguei o trem para a Suécia junto com Lena, porque no dia seguinte eu ia encontrar umas amigas em Malmö!

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Ofélia

Sabe o dia que eu comi sanduba de entranha? Pois foi numa praça chamada Ofelia Plads onde fazem shows e concertos gratuitos.

Uma semana depois, voltei lá com a mesma amiga da semana anterior. Dessa vez tinha uma brasileira cantando bossa nova. Estava bem bom.

Quando se vai na página do evento no Facebook, a gente vê uma foto do lugar lotado.

Imagino que eles tiraram a foto num fim de semana onde tinha um evento grande. Porque no meio da semana, mesmo estando o maior calor, o lugar não fica tão cheio assim. Ainda bem, porque eu não curto muito lugares com muita gente.

Essa é a foto que tirei no dia. Olhe a diferença. Uns gatos pingados aqui e ali.

Nesse dia, no entanto, não comemos entranha. Atravessamos a ponte e fomos perto daqueles prédios que parecem triângulos. Ali tem um monte de barraquinha vendendo Street food.

Minha amiga me convenceu a pegar uma salada com camarão. Estava boa, mas da próxima vez vou pegar um espetinho de gato!

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Pelanca

Hoje teve festival da Tailândia. Fui com uma amiga. A programação estava meio fraca. Apresentação de dança típica e demonstração de luta Muay Thai. E claro, barraquinhas com comidas típicas.

Vi uma barraca vendendo Durian, uma fruta fedida. Minha amiga disse que já comeu Durian no Brasil. Eu só ouvi falar dessa fruta 5 anos atrás. Mas nunca tive a oportunidade de provar.

Confesso que fiquei curiosa, mas o preço por um pedaço era 210 coroas. Para ter uma ideia, eu paguei 100 coroas pelo meu almoço. Então tava cara essa fruta. Deixei pra lá.

Em compensação, vi um petisco muito interessante. Pele de galinha frita! Vendida como se fosse batatinha frita ou baconzitos.

Comprei um potinho para matar a curiosidade. Eita, mas essas coisas fritas são muito gostosas, porém nem um pouco saudáveis. Já comi o pote quase todo. Vixe.

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Entranha

Já que estávamos falando em barraquinha de comida extrangeira…

Terça dei um pulo em Copenhague. Estava tocando jazz gratuito na frente do canal e a tarde estava bonita, com sol.

Sentei no chão com uma galera para curtir o som e o sol.

Quando bateu a fome, fui checar as barraquinhas. Tinha uma da Argentina que me interessou. Um cheiro bom de carne bateu no nariz. Hmmmm

Na placa dizia: entraña

Vixe. Será que quer dizer o mesmo que em português? Entranha pode ser qualquer órgão, até mesmo útero.

Resolvi perguntar. Aparentemente, entraña em espanhol é alguma carne do diafragma do animal e fica bem macia.

Pedi um sanduba de entraña e estava muito bom!

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