Floyd Bethânia Cohen

Ontem foi o funeral do meu amigo. Nos seus últimos meses de vida, eu fui várias vezes ao hospital e eu levava um agrado: um sorvete, um chocolate. Nada muito caro.

Engraçado, a gente gasta mais com as pessoas mortas do que com elas em vida. Comprei um buquê simples de flores para levar comigo até o cemitério. Custou 200 coroas. Mais do que o preço de todos os agrados combinados.

Dentro do trem, a caminho do cemitério, entrei numa altercação com indivíduo mal-educado. Depois da discussão ele saiu da cabine, mas eu estava com tanta raiva, que o meu corpo todo tremia.

Cheguei na capela com meia hora de antecedência. Um caixão branco estava no centro da capela. A pastora pegou o meu buquê e o colocou no chão na frente do caixão. Todos os outros buquês que chegaram depois foram colocados no chão também, fazendo uma linha de flores até o caixão.

Sandro morreu terça dia 13 de maio. Eu recebi a notícia 3 dias mais tarde, através de sua advogada. Ela me enviou o convite para o funeral dia 30 de maio e me pediu o número de telefone de duas outras pessoas. Sandro deixou instruções de quem ele queria que fosse informado de sua morte e convidado para o funeral.

Os funerais aqui são diferentes do Brasil. Eles esperam uma semana no mínimo para enterrar ou cremar. Então a gente chora tudo que tem pra chorar e quando chega na igreja para se despedir, dá para se conter e não fica aquele chororô. O caixão é fechado. Então é menos impacto. Nada daquilo de ver o ente querido defunto dentro de um caixão.

Eu não tinha certeza de como seria a cerimônia porque no convite usaram a palavra cremação e dentro da capela tinha uma placa indicando que as cinzas seriam espalhadas no mar. Como nunca fui numa cerimônia de cremação antes, achei que ia presenciar tudo até as cinzas sendo espalhadas. Mas não foi assim. Mais tarde descobri que há poucos crematórios em Copenhague e há fila. Sandro só vai ser cremado daqui uns 5 dias, quando tiver vaga.

Eu também achava que a pastora faria o discurso. Foi assim no funeral da minha sogra. Mas o funeral do Sandro foi muito mais comovente. Um discurso da família em inglês, depois um discurso de um amigo, tanto em dinamarquês quanto em português. Na hora de rezar o pai nosso em dinamarquês, eu fiquei quieta. Não conheço as palavras. Mas na hora de rezar o pai nosso em português, aí eu ajudei. Eu não esperava, mas ele continuou com uma Ave Maria, e aí eu desabei a chorar.

Após os discursos havia silêncio e começou a tocar uma música. Eu estava reconhecendo aquela melodia. Uma música que eu não escutava há pelo menos 20 anos. Tentava lembrar o nome da banda. Pensei em Dire Straits, mas era Pink Floyd: “Wish you were here”. Imagine silêncio total e essa música começa a tocar na capela. O impacto foi muito grande. Chorei demais.

No final da cerimônia, achei que carregariam o caixão, mas o caixão ficou lá e a gente simplesmente caminhou para o lado de fora da capela. De lá fomos para o apartamento do Sandro, para comer um sanduíche, tomar um vinho, e contar histórias da vida do Sandro.

Durante o bate-papo, descobri várias coisas:

Pai do Sandro teve um ataque cardíaco e faleceu duas semanas antes da morte de Sandro. Decidiram não informar Sandro, para não agravar sua situação.

Sandro trabalhava para a Universidade de Copenhague e alguns dos seus colegas estavam no funeral. Um deles era um cientista aposentado, cabelo bem branquinho e o rosto dele me parecia muito familiar. Depois me toquei porque eu achava ele tão familiar. Ele era a cara do personagem Dr Emmett Brown, do filme De volta para o futuro!

A advogada de Sandro estava convidando para o funeral, mas ela mesmo não estava presente na cerimônia. Descobri pela irmã de Sandro, que a advogada disse que queria muito ir ao funeral, mas que a família tinha que pagar honorários para ela. Pode isso? Cobrar para ir ao funeral?

No hospital onde Sandro estava, onde fui visitar, o quarto dele era escuro e a comida não era boa. Quando ele tinha dores, as enfermeiras não davam remédio para ele de imediato. Faziam ele esperar. Imagine as dores de uma pessoa com câncer terminal e as enfermeiras não dão remédio? Foi uma luta, mas conseguiram trocar Sandro de hospital. Me mostraram as fotos do outro hospital. Janelas enormes, muita luz e sol entrando no quarto, uma sacada onde dava para levar a cama inteira lá fora (Sandro já não podia andar) para ele tomar sol, e uma vista linda de árvores verdes. Eu não fui nesse lugar visitar, nem sabia que ele tinha sido mudado de lugar. Mas fiquei muito contente em saber que suas últimas semanas de vida foram num lugar melhor, e ele dormia quase o tempo todo, porque ali recebia remédio suficiente para não ter dor enquanto aguardava sua morte.

Sandro desejava que no seu funeral tocassem 3 canções, mas a pastora não deixou, dizendo que ia tomar muito tempo. Então tocaram somente a música do Pink Floyd. Mas no apartamento, enquanto estávamos todos na sala, tocaram as outras duas músicas: Maria Bethânia, “Tocando em frente”, e Leonard Cohen, “If it be your will”.

Eu achei que já tinha chorado tudo que tinha pra chorar antes do funeral, mas tudo foi tão comovente, que eu não aguentei. E eu ouvia meu amigo Flávio chorando do outro lado da capela. Quando saímos ele me deu um abraço e disse: caiu a ficha que Sandro não está mais entre nós.

Sandro descansou e ficará em nossos corações.

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cum laude

Eu não comentei no blog antes, mas no final de 2022, quando eu recebi as notas do meu mestrado, no dia seguinte a diretora do curso me escreveu.

Minhas notas foram muito boas, e eu estava orgulhosa de mim mesma, mas eu nunca imaginei que a diretora do curso escreveria um email.

Ela começou o email me parabenizando por ter terminado os mestrado com grandes honras. Aqui no estrangeiro tem esse sistema de honrarias, o tal de cum laude, e eu recebi as honras mais altas. Não sei se no Brasil existe esse sistema de honrarias. Quando me formei na PUC, não tinha nada dessas frescuras. Mas pros lados de cá tem e se você se formou com honras, isso vem escrito no diploma. Como eu me esforcei e me sacrifiquei pra caramba para pagar e completar o curso, eu fiquei lisonjeada com aquela mensagem da diretora.

Mas aquele email não acabou depois da parabenização. Ela me perguntou se eu teria interesse em ser contratada pela universidade e trabalhar como tutora.

Acho que o meu queixo caiu quando li aquilo.

Desde pequena eu tinha vontade de ser professora. E o que ela estava me oferecendo não era qualquer cargo de professora, era um cargo de tutora universitária de nível de mestrado. Eu achava que eu deveria aceitar, só para ver como é, se eu ia gostar. Eu certamente jamais teria outra oportunidade dessas.

Mas o detalhe: eu não iria trocar o meu emprego por esse. Esse trabalho na Universidade de Londres não é período integral e nem paga tão bem. É algo que eu faço de vez em quando, somente naqueles meses quando os alunos entregam as provas e trabalhos escritos. Então, desde que fui contratada, em certos meses do ano eu tenho dois empregos e quase nenhum momento de folga pra minha cabeça. O mês mais ocupado é o mês de maio.

O prazo para os alunos entregar os trabalhos escritos é sempre 12 de maio. Então, desde esse dia que eu trabalho de dia na empresa, e de noite e fins de semana eu trabalho para a universidade.

Uso muito do meu tempo para a universidade, pois cada trabalho escrito tem em torno de 40 páginas ou 8 mil palavras. Eu não consigo ler rápido. Demoro horrores lendo e fazendo anotações. Pra piorar, além de corrigir, a gente tem que escrever um feedback detalhado do que o aluno fez bem e o que tem que melhorar. Talvez os outros tutores com mais experiência sejam rápidos escrevendo feedback, mas eu uso umas 3 horas escrevendo cada um. Eu uso mais tempo corrigindo prova e escrevendo feedback do que a quantidade de horas que a universidade me paga por prova. Enfim.

Eu não aceitei esse trabalho por causa da grana. Eu achava que esse trabalho me proporcionaria uma oportunidade de manter meu conhecimento e aprender mais. No entanto eu não acho que estou aprendendo grandes coisas, pois há muito pouca interação entre os tutores.

Cheguei a pensar em pedir demissão, porque esse ano estava muito difícil conciliar os dois empregos e achar tempo e energia para corrigir prova de aluno. Comentei isso com aquele meu amigo que estava internado no hospital. Ele dava aula na Universidade de Copenhague, então ele entende do que eu estava falando. Eu comentei do meu cansaço e dos desafios em ser tutora, mas ele me disse que quando eu falava nesse assunto que tinha um certo brilho no meu olhar.

Talvez eu esteja me sentindo esgotada e com vontade de chutar o pau da barraca por causa de tudo de ruim que tem acontecido nesse ano.

Eu voltei de Singapura com um baita jetlag que durou 2 meses. Me mudei e arrastei móveis por 3 semanas sem pausa, o que me deu um problema no ombro. Depois em março começaram os problemas de mau cheiro no apartamento e continuam até hoje. Meu estômago vive embrulhado. Daí recebo a notícia de que meu amigo está no hospital com câncer terminal. Semana passada a advogada dele me telefonou para me informar que ele morreu. Eu nunca pensei que eu receberia a notícia da morte dele dessa maneira. E pra piorar, meu ombro voltou a doer e está me preocupando. É muita coisa acontecendo ao mesmo tempo e tirando a minha energia.

Nesse fim de semana eu usei 10 horas escrevendo feedback para aluno. Confesso que usei mais tempo do que deveria, pois fui extra cuidadosa. Um dos alunos foi tão mal que eu acho que ele vai reprovar. Não é fácil corrigir uma prova assim.

Ainda tenho mais duas provas para corrigir. Vai ficar pra quinta, que é feriado, ou para o próximo fim de semana. E depois disso vou reavaliar se devo continuar como tutora. Talvez ano que vem eu possa me comprometer com menos coisas. Esse ano, ao todo, eu corrigi 13 provas e escrevi 8 feedbacks de 2000 palavras cada. É coisa demais, né?

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Check up

Nas empresas onde trabalho e trabalhei, a cada dois anos eles oferecem aos funcionários a oportunidade de fazer um check up de saúde. Completamente gratuíto e você pode fazer durante o horário do expediente.

Meu primeiro check up foi no dia 6 de janeiro de 2011. Eu achava que seria importante dar uma checada na saúde depois de passar dos 30 anos. Eu tinha 33 e não fazia nada de exercício físico além de cavar buraco no jardim e podar árvore.

Naquela época o check up era fazer uns exames de sangue (glicose, triglicerídeos, colesterol), exame de capacidade pulmonar (me fizeram sobrar numa máquina), e teste de resistência que já não lembro o que era, se era bicicleta ou esteira. Além disso eles também medem pressão, pulso, e tiram medida da cintura.

Eu ainda tenho o panfleto que me deram com os resultados. Lembro que fiquei admirada ao descobrir que o meu peso estava abaixo do normal. Eu pesava 53 kg. Eu não me achava híper magra. Aparentemente a falta de peso era por causa falta de massa muscular.

Eu não fiz check up em 2013. Meu segundo check up foi somente em 2015. Mas depois disso, toda vez que ofereciam o check up, eu estava lá: 2017, 2019, 2021, 2023 e hoje.

Eu guardo todos os panfletos e comparo. Minha preocupação é minha pressão que é baixa. 10 por 6 e despencando cada vez mais. De vez em quando me sinto tonta. Mãos e pés sempre gelados.

Glicose, tri e colesterol nunca causaram problema. Função pulmonar nunca mais mediram, mas passaram a medir porcentagem de gordura corporal.

Olha, minha gordurinha deu uma boa variada nos último dez anos. Durante o covid, eu fiquei gordinha. A gordura pulou de 22% em 2019 para 29% em 2021, e para 35% em 2023. É um aumento de 59% em 4 anos. Então hoje quando mediram 32% eu fiquei contente.

Minhas medidas hoje: 63 kg, 32% gordura, e condição fisica total subiu de 25 pontos para 34, o que parece ótimo, mas eu não sei se vai dar para comparar com as medidas dos anos ateriores.

Nos últimos dez anos, para avaliar a condição física, eles faziam a gente subir numa bicicleta ergométrica e pedalar, pedalar, pedalar. Daí eles faziam a bicicleta ficar mais pesada, e mediam o quanto isso fazia subir o pulso. Como eu não estou acostumada a pedalar (e porque eu não faço exercício cárdio), eu sempre recebia pontuação mediana.

Hoje entrei na salinha para fazer minha avaliação e cadê a bicicleta? Tinha uma maca me esperando!

Um rapaz muito sarado, com músculos maiores do que o do Stallone, me explicou que uma universidade da Dinamarca inventou um instrumento para medir a força do coração sem precisar ficar sofrendo numa bicicleta. Era só eu me deitar e o aparelho ia avaliar meu coração.

Deitei, ele colocou o treco no meio do meu peitchão (ainda bem que eu estava com um sutiã decente), e fiquei ali na meditação por 2 minutos.

O aparelho mede impulsus sísmicos – assim como aqueles aparelhos que medem terremotos. Cada vez que o coração bate, causa uma vibração. Se o coração é forte, como o coração das pessoas em boas condições físicas, o aparelho mede os “terremotos cardíacos” e dá uma boa pontuação. No meu caso, a pontuação foi mediana. Em todas as outras avaliações minha pontuação também foi mediana. Então nenhuma surpresa aí. A única surpresa foi ver aquele aparelho. Adorei!

E pensar que eu passei a noite anterior toda preocupada. Levei o maior tombo de noite e estava dolorida pra valer. Estava preocupada que eu não conseguiria pedalar na bicicleta hoje. Ontem de noite passei uma tonelada de hirudóid na perna toda, você não tem noção. Descobrir que eu hoje só precisava deitar numa maca e relaxar, foi a melhor notícia do dia!

Esse é o medidor. Chama seismofit.

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Douro

Essa foi a segunda vez que participei do festival de forró no Porto, organizado pelo Forró Douro. Acho o nome muito criativo, pois dá a impressão de que o forró é d’ouro, mas Douro é o nome do rio que cruza a cidade.

O organizador principal esteve aqui em Copenhague uma vez, naquela época que eu estava envolvida com a organização do Forró Copenhague. Lembro que fizemos forró no parque e eles dançou conosco. A primeira vez que eu fui ao Porto em 2018 para o festival dele, ele se lembrou de mim, conversamos e dançamos e tal.

Mas o tempo passa e o povo se esquece da gente. Eu fui a Lisboa no final do ano passado, e ele estava lá. Eu o cumprimentei, mas ele visivelmente não se lembrava de onde me conhecia. Eu ainda falei, de Copenhague, você esteve lá conosco. E eu falei, eu vou ao festival do Porto ano que vem. (Eu já tinha comprado ingresso, mesmo antes de anunciarem as bandas.)

Quando cheguei no Porto esse ano, ele foi a primeira pessoa que vi, mas ele não me reconheceu e não me cumprimentou. Engraçado isso. Logo ele, que sempre parece ser tão simpático. Eu também não fiz questão. Quando eu era pequena eu ouvia minha avó falar assim: quer falar comigo é um favor, não quer, são dez. rsrsrs

O festival começou na sexta às 14 horas com um evento gratuito dentro do mercado municipal do Bolhão. Pesquisa no Google “mercado bolhão” para ver umas fotos. Bem legal o lugar. Eu não conhecia esse mercado ainda. O andar de cima estava lotado com centenas de forrozeiros. E a música estava muito animada. Os turistas e o povo local parava para olhar. Mas eu estava com mochilão, pois eu ainda não tinha feito o check-in no hotel. Não dancei nesse evento, pois o povo estava amontoado demais, só vi aqueles carinhas metidos à besta que nunca que iam querer dançar comigo, e pra piorar, o chão estava molhado e escorregadio, pois não parava de chover. Acabei indo para o andar térreo e fui provar umas especialidades locais. Comi polvo, ouriço do mar, e uma salada de frutas. Nossa, ouriço do mar, parece que a gente está comendo água salgada da praia. Não gostei, não.

A programação das festas do festival era: sexta, sábado e domingo matinê das 17 às 20 com DJ e uma banda ao vivo. E depois recomeçava das 22:30 até 4 da manhã com DJ e duas bandas. Trouxeram do Brasil o Trio Alvorada, Forrofiá, e Mestrinho. Alvorada e Forrofiá parecem que tocam em todos os festivais que eu vou. Cansei deles um pouco. Mas Mestrinho eu não via desde 2018 no Rootstock na Suíça. O show dele é bom.

Na sexta eu não fui na festa de tarde. Cheguei umas 11 da noite e dei de cara com Danielle, uma menina holandesa com quem compartilhei quarto no festival de Kalamata na Grécia. Tiramos uma foto juntas.

Outra coisa que vi assim que cheguei foi um paredão de mulher. Havia umas 50 mulheres encostadas na parede, olhando o povo dançar e esperando o momento certo para dar o bote (quando algum homem sai de uma dança e aí você corre para chamar e perguntar se o cara quer dançar).

Eu não sou muito fã de chamar homem pra dançar, porque levei muito toco e não é nada legal. Mas nesse festival fui obrigada a chamar uns dois ou três, porque eu não estava dançando nada. Estava tão ruim, que eu fui embora no meio do show do Trio Alvorada. No dia seguinte, eu não estava nem com vontade de ir ao festival, mas me forcei me arrumar e pelo menos ir ao show do Mestrinho. Cheguei na festa 2 da manhã, só para ver o show. Também não dancei nada nessa noite.

Para não ficar completamente parada, eu convidei algumas mulheres pra dançar e eu dancei como condutor. É legal quando a gente dança com uma que é levinha e acompanha os passos, mas eu peguei uma mulher pesada que não conseguia aocmpanhar. Olha, homem sofre viu. Não é muito satisfatório dançar com alguém pesado que não consegue acompanhar.

Enfim, meu ânimo estava bem pra baixo, mas no domingo saiu um pouco de sol, comi numa churrascaria brasileira com dois outros forrozeiros, e a energia mudou um pouco. Fui de tarde na festa porque o Mestrinho ia tocar novamente. Para minha surpresa, eu dancei pra caramba nesse dia. Tanto de tarde quanto de noite.

E a festa foi até 8 horas da manhã da segunda-feira Fecharam o lugar 4 da manhã, mas o povo ficou tocando e dançando do lado de fora do pédio. Eu não fiquei até o fim, pois eu tinha que estar no aeroporto 8 da manhã. Acho que fui embora lá pelas 2 da manhã. Estava contente, tinha dançado bastante e eu queria ir embora sentindo aquela energia boa.

Voltei pra casa animada e resolvi comprar ingresso para mais um festival esse ano. Vou visitar um festival numa cidade da Espanha onde nunca estive antes. Valência.

Segue algumas fotos do festival do Porto: show do Mestrinho, o povo dançando no segundo andar do mercado Bolhão, e uma foto da festa de noite publicada pela organização do evento no Instagram. Clique para ver em tamanho maior.

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Impresso no Porto

Após ver o suicida, continuei caminhando e cheguei no centro histórico. A quantidade de prédios históricos no Porto é bem maior do que em Lisboa. Me explicaram que é porque Lisboa foi destruída por um terremoto e Porto não foi afetada.

Quando estava na frente à catedral, fechei a minha sombrinha, e de repente senti alguém me cutucando no ombro. Virei, e uma jovem me entregou um folheto, sorriu e foi embora. Ela não disse nada. Achei que fosse algum panfleto de comercial, mas quando olhei, vi a minha foto no panfleto!

Momentos antes, ela tirou a minha foto, imprimiu e me entregou.

No panfleto diz Passaporte de Viajante. “Viajar é a única coisa que o dinheiro compra e que te enriquece”. Impresso no Porto, Portugal.

Mais tarde descobri que eles estavam fazendo isso em vários pontos turísticos estratégicos da cidade para arrecadar dinheiro para um projeto. Eu poderia contribuir com 5 euros e receber a foto original por e-mail.

Foi bem inesperado isso e achei que foi uma experiência legal. Cheguei em casa e coloquei o panfleto numa moldura.

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Porto

Fim de semana passado eu pedi um dia de folga e fui para Portugal, caçando forró. Dessa vez o festival foi na cidade do Porto.

Cheguei na sexta de manhã cedo e decidi fazer uma caminhada na beira do rio.

Uns cinco minutos mais tarde vejo uma ambulância, um carro de socorro, e um barco da polícia maritma. E muita gente parada observando. Resolvi parar e olhar também.

Eles tinham tirado um homem do rio. Quando cheguei ele já estava coberto com um lençol branco. Me disseram que tentaram reanimar o homem, mas já era tarde demais.

Uma mulher passeando com seu cachorrinho me disse que se tratava de um suicídio. Disse que acontece com frequência ali, que várias pessoas cometem suicídio na cidade pulando da ponte.

Eu fiquei um pouco chocada com aquela notícia. Nunca imaginei que aquela ponte linda e famosa, que é cartão postal da cidade, fosse usada essas finalidades.

E assim começou a minha viagem.

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Mais elefantes

Eu gosto de viajar de vez em quando com uma companhia chamada Explore. Eu recebo emails deles com dicas e promoções, e outro dia chegou um email com sugestões de livros. Dois livros me chamaram a atenção.

Um deles é de um youtuber chamado Chris Broad, um britânico que eu segui por bastante tempo antes da minha viagem para o Japão. Ele mora no Japão há mais de 10 anos e no canal de youtube ele contava sobre as curiosidades da vida no Japão. Imagino que o livro dele é a mesma coisa, as mesmas histórias, contando tudo que ele passou, o choque cultural, dando aula de inglês para os japoneses, e como são as coisas no Japão.

Avaliei se valeria a pena comprar o livro dele. Pelo que me lembro dos vídeos dele, ele tinha bastante senso de humor e imagino que seu livro além de instrutivo também seria engraçado. Daí pensei no tanto que a Dinamarca mudou nos últimos dez anos. Imagino que o Japão também mudou muito nos últimos dez anos, principalmente após a pandemia. Então decidi não comprar o livro dele, porque não quero ler sobre o Japão da década passada. Quero ler sobre o Japão de agora. Pode ser que um dia eu mude de ideia e leia o livro. Veremos.

O outro livro que me chamou a atenção naquele email chama “Um elefante na minha cozinha” de Françoise Malby-Anthony e Katja Willemsen. Pelo título, de imediato imaginei que seria uma história de alguém na África do Sul. Acho que pensei assim, porque em 2019 eu fiz um safari na África do Sul e antes daquela viagem eu estava tão animada que li vários livros sobre histórias de safari e histórias que ocorreram no Parque Kruger na África do Sul. Eu lembro que gostei tanto daqueles livros que os devorei e recomendei para outras pessoas.

Resolvi então comprar o livro do elefante na minha cozinha pro meu Kindle. Três minutos mais tarde comecei a ler e em dois dias eu li 75% do livro.

As partes que eu mais gostei são as histórias sobre a manada de elefantes, mas tem muita coisa interessante no livro sobre como eles estão salvando os rinocerontes órfãos. Aí cheguei num capítulo que acho que vai ser difícil de ler porque acho que vai ser triste. Daí parei de ler e ainda não tive coragem de retomar a leitura. Julgando pelo nome do capítulo, será um relato sobre o problema da caça furtiva de rinocerontes para tirar o chifre deles. Muitas vezes matam brutalmente a mãe e deixam o bebê rinoceronte para morrer uma morte lenta.

Uma hora vou tomar coragem e terminar de ler. Gostei tanto do livro que vou comprar uns dois ou três exemplares para dar de presente. Estou tentando descobrir se o livro já foi traduzido para o português, porque quero levar uns exemplares comigo para dar de presente quando eu for a SP próxima vez.

Acho que ainda não foi traduzido. Até agora só consegui achar resumos do livro em português. Achei um na página do IG e eles publicaram o texto com fotos. Adorei ver as fotos dos elefantes em cores (pois no Kindle é preto e branco e não é a mesma coisa). O ruim da página do IG é que é uma dessas páginas que eu acho irritante, porque depois de cada parágrafo de texto tem uma propaganda. Para quê tanta propaganda? Acho uma chatice esse websites. Mas se você tiver paciência e interesse para ler um resumo do livro que estou adorando, esse é o link para o resumo no IG.

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Elefantes

No artigo que escrevi semana passada eu comentei que os elefantes que moram acima de mim recebem visita de criança todos os finais de semana e feriados e sempre tem muito barulho. Pelo menos foi assim todo fim de semama desde que me mudei.

Eles são do tipo de tirar os sapatos e deixar tudo no corredor do prédio. Então dá para ver certinho que nas sextas eles recebem visita de duas crianças que ficam até domingo.

Hoje de manhã, como de costume, estava um silêncio. E eu esperava que o silêncio fosse acabar lá pelas nove horas. Mas eram quase meio-dia e ainda estava silencioso. Faz mais de quatro anos que eu não sei o que é estar num lugar que não tem barulho. Achei estranho.

Abri a porta e vi que hoje não tinha sapato de criança do lado de fora da porta deles. Estranho.

Fui encontrar minha amiga em Copenhague e quando voltei, nenhum sapato de visitante ou de criança. E o silêncio continua. Muito estranho.

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Lojinha

Comentei recentemente que eu nunca tive sorte de passar na frente da lojinha de produtos brasileiros e ela estar aberta. Pois ontem e hoje eu passei por Copenhague e consegui entrar na lojinha duas vezes.

Ontem comprei palmito, linguiça calabresa, azeite de dendê, e um pacote de feijão carioquinha. Também comprei um brigadeiro para matar a vontade.

Conversei um bocado com a menina na loja e descobri que ela é de Santos. Eu comentei que sempre ia a Santos com minha família, pois passávamos as férias e feriados lá, num apartamento na Alexandre Martins perto do Canal 6.

Antes de ir embora vi que eles tinham umas coisas interessantes num freezer e pensei em voltar outro dia trazendo uma sacola térmica para garantir que os produtos chegariam na minha casa ainda congelados.

Hoje eu voltei a Copenhague, pois de manhã Elise me escreveu e combinamos de ir ao festival japonês. Chegamos lá, muita gente vestida de cosplay. Numa das barraquinhas estavam dando yakult de graça e entramos na fila para pegar um! Mas depois não vimos mais nada, pois por tudo era uma multidão e muita fila. Também achei o festival japonês daqui muito diferente do festival japonês que vi em Estocolmo há dois anos. Lá estava bem legal. Aqui não dava nem pra gente se movimentar.

Acabamos que saimos dali e fomos para o centro. E já que estávamos no centro, entramos na lojinha brasileira. Dessa vez eu estava preparada com uma sacola térmica. Comprei chocolate granulado para fazer brigadeiro e um potinho de cocada branca. Daí fui ver o que tinha no freezer e comprei umas coisas congeladas: feijoada, empadão de frango, e mini coxinhas. Antes de sair comprei dois beijinhos, um pra mim e um pra Elise. O beijinho estava bom, mas não tão bom quanto o brigadeiro de ontem.

De lá fomos num barzinho no topo do prédio da Cinemateca e ficamos apreciando a vista e tomando sol. Um frio danado, mas ajuda quando tem sol.

Voltei para casa e esquentei o empadão para minha janta. Muito bom.

Castelo Rosenborg e seu jardim visto do topo da cinemateca.
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Turbinada

Lavando roupa e acordando o prédio inteiro.

No banheiro tem o lugar para instalar a lavadora, mas se eu a instalar lá, toma tanto espaço, que eu não poderei usar a minha banheira inflável. Apesar de eu usar a banheira umas cinco vezes por ano, para mim é uma prioridade poder ficar de molho na água quente de vez em quando para desestressar.

Então instalei a máquina de lavar roupas na cozinha, no lugar que era para instalar a lava-louças. Eu não preciso de uma lava-louças. É pouca louça que eu tenho que lavar e não justifica ter uma máquina. Lava-louças usam muita eletricidade e eu acho que usam até mais água do que quando eu lavo louça na mão. Eu não deixo a água correndo para lavar a louça. Eu faço como os escandinavos: encho metade da pia com água morna e um pouco de detergente, encho uma bacia com água para enxaguar e tchum. Num instantinho está tudo lavado. Eu detesto lavar louça, então não fico lavando o dia todo cada vez que uso uma coisa. Deixo acumular e no final do dia lavo tudo de uma vez. Assim economizo água e tempo.

Mas como eu estava dizendo, lavando roupas e acordando o prédio todo.

Quando mudei, resolvi não trazer minha máquina de lavar antiga pra cá. Aquela Electrolux tinha uns ciclos de lavagem muito longos e aquilo me incomodava. O ciclo mais curto era de uma hora e vinte minutos. Eu não preciso que minha roupa fique lavando por uma hora e meia. Minha roupa não fica encardida. Só precisa dar uma refrescada e está bom. Mas aquela máquina não tinha ciclo curto.

Dessa vez comprei uma máquina de uma marca que eu nunca tive antes. LG. Escolhi um modelo antigo que estava na promoção, mas vi que a capacidade de centrifugação dela era mehor do que as das outras máquinas caras. Então comprei essa.

Eu sabia que Carsten poderia me ajudar a instalar, mas eu não queria ficar incomodando Carsten o tempo todo. Resolvi pagar para a loja entregar e instalar a máquina. Burrada. Eles não instalaram nada direito. A máquina saia andando e queria levantar voo durante a centrifugação. No final das contas, quando Carsten veio aqui, tive que pedir para ele me ajudar e ajustar a máquina pra mim.

Essa máquina é silenciosa, mas quando centrifuga, parece uma turbina de avião e todos os armários e o chão vibram e se tremelicam. E a máquina centrifuga duas vezes. Uma após o ciclo com sabão e outra vez depois do enxágue. Isso pra mim é novidade. Então é um treme-treme danado por pelos menos uns 10 a 15 minutos. A vizinha de baixo deve me odiar, pois imagino o barulho que deve fazer no apartamento dela. (Eu sei, porque no outro apartamento eu escutava quando o vizinho centrifugava roupa).

Eu uso a máquina uma a duas vezes por semana somente e nunca a uso antes das 9 da manhã ou depois das 5 da tarde. Então tento limitar o quanto incomodo os outros. Gostaria muito que os vizinhos tivessem a mesma cortesia comigo, mas há finais de semana que há barulho até uma ou duas da manhã.

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Páscoa Zen

São raros os momentos de paz e tranquilidade nesses apartamentos barulhentos da Dinamarca. Não é só no meu. Sei de vários casos, até em apartamentos de gente grã-fina e famosa. Acho que o problema é o chão dos apartamentos que são de madeira. Lembro que no Brasil eu morei eu apartamentos onde tinha carpete ou piso cerâmico, e a gente raramente escutava os vizinhos caminhando.

Hoje, domingo de páscoa, das 7 até as 9 da manhã estava uma maravilha. Um silêncio zen tão bom que eu nem precisei colocar uma musiquinha para relaxar.

Lá fora quase nenhum carro passando. Aqui dentro, silêncio. Acho que os elefantes que moram acima de mim ou estavam dormindo ou não estavam em casa. A única coisa que se escutava era o canto de passarinhos e os bééé das vacas voadoras do outro lado da rua.

Agora, dez e meia da manhã, o zen foi embora. Lá fora, trânsito no asfalto molhado, sirene de bombeiros, carros com o som tão alto que parece uma discoteca. Aqui dentro do prédio, uma tropa de gente subindo as escadas. Em seguida, um bate-bate, arrasta-arrasta, derruba-derruba, e barulho de gente andando e criança correndo no andar de cima.

Daqui a pouco vou colocar meu fone de ouvido e uma musiquinha para camuflar o barulho.

Assim é todo fim de semana e nos feriados.

Nos dias de semana o padrão de barulho é bem diferente. O pessoal acorda cedo. Entre cinco e sete da manhã a gente escuta o povo se arrumando. Depois recomeça em torno das três e meia da tarde e vai até umas onze da noite.

Tem dia que é OK e eu aguento bem. Noutros dias fico irritada ou tenho vontade de chorar. E há aqueles dias que tenho vontade de matar os vizinhos e sumir.

Comparado com apartamento antigo, onde o barulho era literalmente 24 horas por dia, aqui é melhor pois há mais momentos de silêncio. Aqui é melhor nesse ponto, mas de noite eu ainda preciso usar tampão de ouvido e colocar fone com música para não enlouquecer.

Essa é minha vida, barulho e cheiro ruim. Eu gosto muito do apartamento aqui, mas o barullho combinado com um problema sério de mal cheiro, eu não sei o quanto vou aguentar. Eu me mudei faz somente 3 meses, mas já comecei a pesquisar outros lugares.

Vou parar reclamar e vou tentar aproveitar o grande feriado da páscoa. Cinco dias sem fazer nada. Aproveitar agora, pois só tem mais dois feriados esse ano: quinta-feira 29 de maio, e segunda-feira de pentecostes dia 9 de junho. Depois disso, feriado novamente só no Natal. É muito pouco feriado comparado com o Brasil que tem feriado praticamente todo mês.

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ジュンコさん

Sábado, nove e quinze da manhã, banho tomado. Estou dentro do ônibus a caminho de uma cidadezinha chamada Lyngby.

Combinei de encontrar Junko, uma amiga japonesa que vem de Osaka. Como de costume no Japão, eu a chamo de Junko san, mas como ela foi minha professora de japonês por um bom tempo, talvez eu deveria chamá-la de Junko sensei (ジュンコ先生).

Combinamos de comer um Brunch juntas, então pensei que marcaríamos um encontro em torno do meio-dia. Me surpreendi quando ela sugeriu de nos encontrarmos dez horas.

Eu estava a fim de dormir um pouco mais de manhã, já que passei metade da noite em claro sem conseguir pegar no sono. Enfim…

Daqui a pouco chego lá.

Na estação de trem só estou vendo gente vestida pra fazer trilha. Trilha na mata num dia cinza como o de hoje? Haja força de vontade.

Pois é… Primavera mas o tempo voltou a ficar frio e cinza. No entanto as cerejeiras estão bem floridas. Daqui duas semanas haverá um festival japonês em Copenhague, algo tipo sakura, para ver as cerejeiras japonesas que foram plantadas em dois locais. Um, no cemitério Bispebjerg e outro, na beira do mar, perto da estátua da pequena sereia. Quem sabe esse ano consigo ir lá dar uma olhada nesse festival.

Bom final de semana pra vocês.

Cerejeira na estação
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#baião

Fazia muito tempo que eu não usava a função de procura do Spotify. Agora quando a gente abre “Procurar” aparece uns vídeos curtos.

Interessante que para mim apareceu um vídeo com hashtag Baião. Eu não procuro música de forró há meses, mas aparentemetne Spotify acha que é isso que me interessa. Mesmo eu não estando interessada em forró nesse dia, eu parei para ver aquele vídeo curto porque me pegou de surpresa.

No vídeo aparece um amigo meu suíço. Eu não o vejo desde de antes do covid. Acho que foi no festival na Suíça de 2019 que o vi última vez. Não o vejo faz tempo, mas o reconheci na hora, porque ele usa um chapéuzinho nordestino para dançar e não tem engano. É ele mesmo.  

Bateu a maior saudade, pois ele era um dos forrozeiros com quem eu mais gostava de dançar. Notei que o vídeo tinha sido gravado no festival da Suíça do ano passado. Eu não fui porque fizeram o festival numa montanha e era bem difícil com transporte público chegar lá.

Mandei uma mensagem para ele dizendo que ele estava famoso e aparecendo no Spotify.

Ele respondeu que já sabia. Claro que já. Provavelmente todas as forrozeiras da Europa escreveram para ele para dizer a mesma coisa!

#baião mas a música tocando no vídeo era um xote e não baião!

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Ao som dos anos 80

🎶 Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia. Tudo passa, tudo sempre passará. A vida vem em ondas como um mar, num indo e vindo infinito.🎶

No rádio, Lulu Santos, Como uma onda.

Um som gostoso para abafar o barulho dos vizinhos e para me inspirar um pouco.

Convidei duas amigas para jantar aqui hoje e comemorar 10 anos da nossa amizade. São nove da manhã e ainda não tenho ideia do que fazer para o jantar.

Na geladeira, só tem vento. Vento e uma couve-flor cozida que quando abre a geladeira, fede a casa toda. Rsrs

Uma das visitantes é Camilla, a dinamarquesa que morou 10 anos no Rio Grande do Sul e me ajudou a transportar um bocado de móveis do outro apartamento até aqui. A segunda visitante é uma norueguesa que morou por 10 anos na Austrália e participa de competições de dança do ventre. 

Eu as conheci na empresa que eu trabalhava antes. Eles tinham um curso introdutório para novos funcionários para explicar como as coisas funcionam. Foi em março de 2015.

O que fazer para o jantar? Camilla conhece comida brasileira, mas a outra não. Será que se eu fizer uma moqueca ou camarão na moranga vai agradar?

Vou fazer uma lista de compras para os ingredientes de ambos. Quando chegar no mercado vejo o que está com cara boa. Quem sabe chego no mercado e mudo completamente de ideia.

Eu me conheço. Provavelmente ficarei enrolando até meio-dia. A gente também precisa descansar. E no rádio tocando Menina Veneno do Ritchie – essa é do fundo do baú!

A boa notícia é que desde que me mudei para esse apartamento tenho conseguido manter ele organizado e razoavelmente limpo. Um verdadeiro milagre, pois eu sou uma baita bagunceira. Bom, super limpo também esse apartamento nunca fica, pois entra bastante pó quando a gente mora na frente de uma rua movimentada.

Então hoje eu não preciso usar tempo limpando nem organizando. Talvez eu dê uma limpada em duas das janelas principais, para ver melhor o pôr do sol, mas só.

Depois de tomar banho tenho que me lembrar de secar o piso. Isso é importante e algo que eu raramente faço. Esse banheiro é como o dos apartamentos de Tóquio. O banheiro todo fica inundado durante o banho e demora pra secar. Não quero que as minhas visitas pisem no chão molhado. É super chato quando se baixa as calças para sentar no vaso, e a barra da calça fica encharcada. Mas se eu me esquecer, também não será o fim do mundo. Eu comprei um daqueles chinelos de borracha que os japoneses usam somente dentro do banheiro. Elas podem usá-lo se o chão estiver molhado.

E no rádio, Lulu Santos, Adivinha o quê. Essa playlists está demais!

Um bom fim de semana para vocês!

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Bééé

Ultimamente tenho pensado numa amiga que tem uma casinha de verão perto de um bosque. Ano passado fui lá duas vezes durante o verão e ela comentou que algum vizinho tem ovelhas e os cordeiros ficam gritando béé béé o dia todo.

Lembro que ela comentou que escutar aquilo o dia todo dá nos nervos.

Então estou eu no apartamento e, agora que a primavera deu as caras, os passarinhos todos estão fazendo ninho nas árvores. Pois do outro lado da rua há vários pinheiros altos e os corvos gostam de fazer ninhos ali. Descobri que quando corvo faz ninho, ficam gritando bééé o dia todo!

Quando escutei a primeiva vez fiquei pensando, ué, tem algum bezerro ou cordeiro aqui perto? Só depois que fui na sacada que percebi que são os corvos que ficam fazendo esse barulho. Muito intrigante. Eu não tinha idéia.

Espero que depois que os filhotes deixarem o ninho eles fiquem mais quietos. Concordo com minha amiga, pode dar nos nervos da gente escutar bééé o dia inteiro.

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